José Jorge: reuniões que definiram o novo mínimo foram desnecessárias



O senador José Jorge (PFL-PE) questionou a real necessidade de tantas reuniões ministeriais que culminaram com a decisão do governo sobre o novo salário mínimo, cujo reajuste para R$ 260 foi anunciado hoje (29). Para José Jorge, dinheiro público foi desperdiçado durante reuniões em que nada se fazia.

- Nas últimas semanas só se falava nesses encontros de dezenas de ministros que compõem o governo. Passaram 100 horas para decidir o que se decidiria em uma hora, mas o que se viu foi que a montanha pariu um rato - enfatizou.

José Jorge classificou o governo de incapaz de tomar decisões, ressaltando que a administração do PT já começa a se desgastar perante a população. Ele avaliou que a promessa de campanha do governo de dobrar o salário mínimo configura, hoje, "um estelionato eleitoral". No seu entendimento, completando um terço do seu período de gestão, o governo demonstra que está sem forças para dar mais esperança ao povo.

O senador previu também que a oposição dificilmente conseguirá aumentar o reajuste durante a votação da medida provisória que estabeleceu aumento de apenas R$ 20. Ele lamentou essa impossibilidade, lembrando que o governo tem ganho votações contra a oposição e aprovado matérias do seu interesse no Congresso, cooptando parlamentares antes considerados oposicionistas.

Ao final do seu discurso, José Jorge conclamou a população a assistir o anúncio oficial do novo salário mínimo pelos veículos de comunicação social. "Assistiremos a um programa humorístico, com certeza", observou, condenando ainda a intenção anunciada de aumentar o salário-família como forma de compensar o valor do mínimo. Segundo ele, os valores propostos para essa finalidade não recompõem o poder aquisitivo do salário do trabalhador.



29/04/2004

Agência Senado


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