José Maranhão acredita que presidente irá rediscutir compromissos com o FMI e o sistema financeiro internacional



O senador José Maranhão (PMDB-PB) afirmou nesta terça-feira (2) que o discurso de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ressaltar a necessidade de crescimento econômico, faz acreditar que neste segundo mandato de Lula o governo vai rediscutir com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o sistema financeiro internacional os compromissos que são restritivos aos investimentos públicos.

- A restrição aos investimentos públicos resulta do compromisso com o FMI para manter o chamado saldo primário, que é o instrumento para que o Brasil continue dando prioridade ao pagamento de juros aos eternos credores internacionais - declarou José Maranhão.

Essas restrições, na opinião do senador, impostas pelo sistema financeiro internacional, inibem os investimentos públicos em geral, com visíveis resultados negativos em estradas, ferrovias, transporte aéreo, segurança, saúde e obras de saneamento.

- Os investimentos públicos na infra-estrutura e nos serviços públicos de saúde, educação e saneamento são incompatíveis com as exigências do FMI - argumentou José Maranhão.

O representante da Paraíba no Senado citou a crise da segurança do transporte aéreo como exemplo do resultado das restrições aos investimentos públicos impostas pelo FMI.

- Dos próprios recursos gerados pelo setor aéreo no ano passado, R$ 475 milhões deixaram de ser transferidos à empresa Infraero para melhorar o sistema de apoio, especialmente o sistema de proteção ao vôo - afirmou o senador.

José Maranhão disse que um exemplo de resultados positivos na revisão dos compromissos com o FMI foi dado pelo governo argentino, apesar da "grita inicial" do sistema financeiro internacional transmitida pela mídia.

- A Argentina denunciou os acordos com o FMI e suspendeu o pagamento de juros, houve uma grita muito grande estimulada pelo sistema financeiro internacional, mas os resultados foram inteiramente positivos para a economia e para o povo argentino - concluiu José Maranhão.



02/01/2007

Agência Senado


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