José Nery teme "conflito sangrento" em Carajás se governo não negociar



O senador José Nery (PSOL-PA) fez um apelo ao presidente Lula e à governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, para que negociem com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e outros movimentos sociais que vêm obstruindo a ferrovia de Carajás, da Companhia Vale do Rio Doce. Ele teme que haja um "um novo conflito sangrento" no Pará sem as negociações, informando que a Vale recorreu à Justiça para que a ferrovia seja desobstruída.

Nery informou ter enviado carta ao ministro Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência da República, em que sustenta que as reivindicações dos trabalhadores "são justas" e pede a abertura do diálogo e alerta que a Vale solicitou à justiça inclusive o "uso de força policial para a desocupação local".

O senador leu em Plenário a lista de reivindicações dos movimentos sociais, da qual fazem parte um programa social de emergência na área de Carajás, com a construção de moradias populares, de postos de saúde e de hospitais regionais nas cidades de Parauapebas e de Tucuruí, e o fortalecimento dos hospitais de Marabá e Redenção.

Os movimentos sociais querem ainda solução para "o problema histórico dos garimpeiros de Serra Pelada"; aprovação do Estatuto do Garimpeiro pelo Congresso; construção da Escola Agrotécnica Federal de Marabá; e instalação de um campus avançado da Universidade Federal do Pará e da Universidade Estadual do Pará em Parauapebas.

Os 2.600 trabalhadores que tomaram a ferrovia reivindicam ainda, conforme José Nery, a instalação de um pólo industrial na região de Carajás para fabricação de "produtos de interesse da sociedade, como utensílios domésticos". Eles solicitam também um "amplo programa de reforma agrária" na região e que a Vale corte o fornecimento de matéria prima para as usinas de produção de ferro gusa instaladas no Pará e no Maranhão que "não cumpram responsabilidade ambiental e social".

18/10/2007

Agência Senado


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