Jucá defende participação do Senado na renovação do acordo com o FMI
A possível renovação do acordo entre o Brasil e o Fundo Monetário Internacional (FMI) deve ser amplamente debatida na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. A opinião foi manifestada em Plenário nesta segunda-feira (21) pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), para quem a participação do Congresso na discussão pode levar à redução de exigências cobradas pelo FMI no acordo anterior, como o superávit primário equivalente a 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB).
O senador pediu a transcrição nos Anais do Senado da reportagem -FMI: senadores só aceitam acordo sob condição-, publicada nesta segunda-feira (22) pelo jornal O Globo, informando que a maioria dos senadores é favorável ao acordo desde que o cálculo do superávit primário do setor público exclua os investimentos das empresas estatais. A prioridade ao crescimento da economia e o aumento dos investimentos na área social também são, segundo a reportagem apresentada por Jucá, outras condições apontadas pelos 23 senadores da CAE que foram ouvidos pelo diário.
- O FMI começa a se sensibilizar e isso é fruto do trabalho do governo do presidente Lula e do ministro Palocci - disse Jucá.
Nesse sentido, o senador destacou o fato de o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, John Snow, ter afirmado que Lula é -uma exceção e um exemplo, no mundo, de liderança política que consegue pôr em prática as boas políticas econômicas-. A afirmação faz parte da reportagem -Snow diz que Lula é exemplo para o mundo-, do jornal O Estado de S. Paulo, cuja transcrição nos Anais do Senado também foi solicitada por Jucá.
- Precisamos que o -colchão- que representa o empréstimo do FMI não seja uma -cama de faquir-, mas um pouco mais suave para possibilitar a retomada dos investimentos, inclusive na área social - afirmou o senador, reforçando a opinião de que o debate sobre um novo acordo com o fundo deve ser feito na CAE com a presença de Antonio Palocci e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Duda Mendonça
Ao comentar pronunciamento do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), que considerou injusto, Jucá defendeu a condução da política do governo na área de publicidade, que está sob a responsabilidade do publicitário Duda Mendonça.
- Ele é um dos publicitários mais respeitados do país. Se eu estivesse em campanha, gostaria de tê-lo ao meu lado. Pela sua seriedade, é uma das figuras que tem condições de consolidar as mudanças que o país precisa fazer - disse.
Jucá lembrou que, no governo passado, defendeu a contratação do publicitário Nizan Guanaes para conduzir a publicidade do governo de Fernando Henrique Cardoso, pois, assim como Duda Mendonça, foi escolhido por meio de licitação pública.
- Qualquer irregularidade teria vindo à tona e maculado o processo licitatório - observou.
Por fim, Jucá parabenizou a Universidade Federal de Roraima (UFRR) pela abertura do curso de licenciatura plena Intercultural Indígena, que tem como objetivo formar professores indígenas em nível superior. Ele reconheceu o esforço do reitor da UFRR, Fernando Menezes, e dos professores do curso de Lingüística da universidade, principalmente da professora Maria Auxiliadora de Souza Melo, a Dora, responsável pela instalação do curso. A professora faleceu dias após a aula inaugural. O senador convidou a Fundação Nacional do Índio (Funai) a estender essa iniciativa ao resto do Brasil.
22/09/2003
Agência Senado
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