JUCÁ PEDE INVESTIGAÇÃO SOBRE RORAIMA E TEBET ENQUADRA DEPOENTE



Uma investigação sobre a Justiça de Roraima foi solicitada pelo senador Romero Jucá (PFL-RR) à Comissão Parlamentar Inquérito (CPI) que investiga irregularidades no âmbito do Poder Judiciário. Segundo ele, as irregularidades em seu estado são ainda piores do que as encontradas no Amazonas. O senador afirmou que as denúncias no estado, feitas por desembargadores contra outros desembargadores, envolvem até assassinatos de índios, o que é crime federal. Lembrou que o promotor Edson Dantas já entregou "farta documentação" à CPI.O presidente da CPI, senador Ramez Tebet (PMDB-MS), disse que mais de mil denúncias já chegaram à comissão, o que faz necessário um exame minucioso de todos os documentos obtidos para dar primazia às questões que devam ter prioridade. Afirmou que a denúncia referente ao Amazonas é muito grave, por envolver a comercialização de alvarás de soltura para traficantes.Tebet teve de repetir sua argumentação para o advogado Abdalla Isaac Sahdo Júnior. Ele iniciou seu depoimento na CPI com um caso de Humaitá (AM), envolvendo o juiz Hugo Fernandes Levi Filho. O caso, que envolvia cobranças indevidas de custas judiciais, não fora previamente apresentado à comissão.- Esta comissão não pode ser pega de surpresa. A CPI não pode atuar fora de seus limites. Se formos atender ao que acabei de ouvir, sem nenhuma documentação, iremos transformar esta CPI em um tribunal de denuncismo, o que não é o nosso objetivo. Neste caminho, nem em cinco anos vamos terminar nosso trabalho - afirmou Tebet, pedindo ao depoente que se ativesse ao assunto em pauta, sobre a venda de alvarás de soltura a traficantes no Amazonas.A partir de perguntas dos senadores, o advogado tentou trazer outro tema que não havia exposto previamente aos integrantes da CPI, sobre um concurso para a magistratura realizado pelo Tribunal de Justiça do Amazonas. O senador Maguito Vilela (PMDB-GO) argumentou que o assunto principal era por demais grave para que a CPI se ativesse a denúncias paralelas.

05/05/1999

Agência Senado


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