JÚLIO ALERTA PARA CRISE FUNDIÁRIA E TAXA DE JUROS
O senador Júlio Campos (PFL-MT) apelou hoje (dia 17) à Funai para que não demarque como reserva indígena a vila de Nova Suiá, em São Félix do Araguaia. A área está ocupada por três mil posseiros, distribuídos em 370 moradias, que plantam ali arroz, milho, café, cana, mandioca e guariroba.
Ele explicouque, em l992, a empresa Liquigaz, proprietária da Fazenda Suiá-Mussu, doou a terra aos índios xavantes, que se haviam retirado da área há 30 anos. Nesse período, posseiros ocuparam as terras e iniciaram ali uma intensa agricultura de subsistência, que se foi intensificando.
Hoje, segundo Júlio Campos, os próprios índios xavantes não se interessam mais pela área de Nova Suiá, já que estão instalados na reserva de Pimentel Barbosa. O senador Carlos Bezerra (PMDB-MT), adversário político de Júlio Campos, pediu aparte para confirmar o desinteresse dos índios pelas terras e a produtividade dos posseiros intalados em Nova Suiá.
Taxas de juros
Júlio Campos também disse, em seu discurso, que o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste, instituído pela Constituição e regulamentado em 1979, não está tendo os resultados esperados por causa das altas taxas de juros."Os produtores do Estado de Mato Grosso que acreditaram neste programa, administrado pelo Banco do Brasil, estão passando por grandes dificuldades econômico-financeiras provocadas pelas elevadas taxas de juros, correções e encargos do principal de suas dívidas", disse o senador.
O senadorlembrou que todos os países ricos, de grande produção agrícola, criam regimes financeiros especiais, à base de subsídios, para a atividade rural.Ao contrário do setor industrial, a agricultura é atividade de alto risco, dependendo de oscilações de mercado, de chuvas, geadas etc, lembrou o senador.Júlio Campos também pediu providências ao Incra contra a sucessão de invasões no Mato Grosso, segundo ele orquestradas por lideranças nacionais, e não por grupos sem-terra do Estado.
17/08/1995
Agência Senado
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