JÚLIO CAMPOS DIZ QUE BUROCRACIA IMPEDE O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS
"A teia da burocracia está emperrando o desenvolvimento brasileiro", afirmou nesta sexta-feira (dia 20) o senador Júlio Campos (PFL-MT), manifestando sua indignação com a "parafernália" de papéis que se exige do cidadão brasileiro cada vez que ele precisa de qualquer serviço público. "É de se espantar que, mesmo assim, o Brasil cresça", enfatiza.Para Campos, é chegado o momento de se fazer uma verdadeira revolução na administração pública brasileira. "Para que o conceito de servidor público tenha validade e o público receba - em troca de seus impostos taxas e contribuições compulsórias - um tratamento adequado e um serviço compatível com as exigências de uma sociedade moderna, é preciso repensar o governo em todos os seus níveis", explica.O senador por Mato Grosso disse que não é mais possível viver em um país em que se criam dificuldades para vender facilidades. "Devemos criar as condições políticas institucionais e administrativas para que nossas atividades produtivas não sejam prejudicadas por práticas ultrapassadas e processos burocráticos que nos lembram o mundo da ficção realista de Franz Kafka." Segundo Júlio Campos, há real perigo no excesso de burocracia, no número de mudanças em normas legais atormentando a vida de empresários e cidadãos. "Durante 1997, a Revista Informações Objetivas (IOB) publicou 3.800 páginas com alterações da legislação tributária brasileira, uma média de 19 páginas por dia. Isto representa um verdadeiro escândalo administrativo, é impossível cumprir esse verdadeiro cipoal legislativo. Em algumas empresas, 13% dos funcionários são pagos para cumprir procedimentos legais", espanta-se.Campos não advoga a solução simplista de decretar o fim da burocracia. "Isto seria pueril. Mas quero conclamar todos os senadores para uma ação firme e decidida em prol da desburocratização do Brasil, estabelecendo novas técnicas de administração pública em níveis federal, estadual e municipal compatíveis com o Terceiro Milênio", conclui.
20/11/1998
Agência Senado
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