JÚLIO CAMPOS SUGERE ALTERNATIVAS PARA TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE LIXO
A adoção de uma política de tratamento para os resíduos sólidos do lixo no país foi sugerida pelo senador Júlio Campos (PFL-MT). Ele argumentou que essa política, a ser traçada pelos órgãos públicos em parceria com as organizações não-governamentais interessadas, "deve ter como prioridade a educação ambiental e o estabelecimento de metas para alcançarmos o desenvolvimento sustentável".
O senador destacou que 100 mil toneladas de lixo são produzidas a cada dia no Brasil, sendo a metade lançada a céu aberto ou em cursos d'água, enquanto um quarto desses dejetos sequer é recolhido. Ele comentou que o Brasil já adota medidas para tentar resolver o problema, como a reciclagem, quechegou a ser adotada por cerca de cem prefeituras, mas afirmou que experiências isoladas não resolvem o problema, o que leva à necessidade de o governo tomar uma atitude propositiva frente à crise da gestão do resíduos sólidos.
Júlio Campos afirmou que a coleta seletiva de lixo, apesar de apresentar problemas como insuficiência da matéria-prima lixo, instabilidade de preços e falta de incentivo governamental, foi a alternativa experimentada que mais apresentou inovações. Não tanto pelo volume de lixo tratado ou pelos recursos auferidos com a venda de reciclados, mas pela atitude gerada na sociedade.
Ele ressaltou que a coleta seletiva conscientizou as pessoas sobre a importância de separar o lixo orgânico de materiais recicláveis e possibilitou que os catadores de lixo passassem a obter maior renda com a venda de recicláveis para as indústrias.
Júlio Campos também mencionou as possibilidades da coleta seletiva sob o ponto de vista econômico, pois a indústria de papéis já se utiliza de quase 40% de resíduos para a produção de novos materiais, o vidro já utiliza mais de um terço de cacos na industrialização e o plástico tem um índice de reciclagem de mais de 20%.
- Uma política para os resíduos sólidos exige investimentos para buscar alternativas para tratamento, requer investimentos fiscais para os pequenos produtores, reclama proteção dos mananciais e compreende atitude fiscalizadora da sociedade para a questão do lixo - disse o senador.
04/11/1997
Agência Senado
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