JÚNIA EXIGE MAIOR RIGOR NO CONTROLE DOS JUROS BANCÁRIOS



O Banco Central deve apurar imediatamente as irregularidades praticadas pelos bancos, que, segundo informou a senadora Júnia Marise (PDT-MG), não têm respeitado a "pequena" queda de juros determinada por recente portaria do BC e cobrado taxas mais altas ainda do que as que foram fixadas para pagamentos de empréstimos pessoais, cartões de crédito, crédito para a agricultura e para outros investimentos sociais.

De acordo com a senadora, levantamentos dos Procons em todo o país têm apontado que a maioria dos bancos - dentre os quais os que foram beneficiados pelo programa de recuperação financeiras das instituições bancárias que estavam à beira da falência, o Proer - simplesmente manteve as mesmas taxas para cheques especiais cobradas em março, ou seja, com zero de redução nos juros, desconhecendo a portaria anterior.

- Esses bancos lucram bilhões anualmente enganando consumidores e cobram os juros mais altos do mundo - denunciou Júnia Marise, manifestando-se indignada com a omissão do governo federal e do Banco Central sobre o assunto.

Ela lembrou que até mesmo reduções de 0,41% determinadas como limite para cobrança de juros de empréstimos e outras operações não têm sido consideradas. "Não estão acompanhando o Banco Central", enfatizou, lembrando que essa situação precisa ser normatizada urgentemente para evitar maiores prejuízos ao cidadão que é obrigado a recorrer a estas instituições.

Segundo Júnia, a ação dos bancos também é um dos entraves à produção nacional em todos os setores e um fator gerador de desemprego. "Isto é uma aberração, é um jogo de faz-de-conta", acrescentou.

17/03/1998

Agência Senado


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