JÚNIA MARISE DEFENDE REJUSTE PARA SERVIDOR PÚBLICO



Ao enfatizar o fato de que o funcionalismo público não tem reajuste salarial há três anos e três meses, a senadora Júnia Marise (PDT-MG) disse hoje (dia 15) que a categoria foi eleita pelo governo Fernando Henrique Cardoso como o "bode expiatório", apesar de estar sendo "uma âncora invisível do Plano Real".

- O governo alardeou corte nas despesas. O resultado tem sido um verdadeiro massacre de uma categoria que não tem poder de pressão e de barganha, especialmente num panorama de recessão econômica e diante da estratégia política de redução do poder do estado - avaliou a senadora

Junia Marise lembrou que o governo abriu algumas exceções e liberou aumentos para "seletos grupos de servidores" que foram beneficiados com vantagens específicas por meio de seis medidas provisórias, seis leis ordinárias e um decreto. Para a senadora, o governo violou a constituição ao utilizar medidas provisórias para esse fim, pois não se trata de matéria urgente e relevante. Segundo Júnia, a Constituição assegura aos servidores da administração direta, isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhados do mesmo Poder ou entre servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

A senadora ainda chamou a atenção para matéria do jornalista Hugo Marques, publicada por O Globo, em que descreve a busca crescente dos funcionários públicos por dinheiro nas mãos de agiotas, já sendo responsáveis pela metade dos empréstimos contraídos na capital, embora não representem nem um quarto da população economicamente ativa. Júnia Marise lembrou também que enquanto os salários não tiveram qualquer reajuste, os preços acumularam desde o início do Plano real até o final de 97, aumentos de 48,2% e os preços de serviços públicos alcançaram 85,4%.

- Para o governo é muito mais fácil espoliar o já espoliado, o já combalido, o desventurado servidor público, do que medir forças com os banqueiros, com os oligopólios, com os investidores inescrupulosos, que tiram proveito da situação de dependência em que se encontra e na qual se aprofunda o Brasil - afirmou.



15/04/1998

Agência Senado


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