JÚNIA MARISE FOI HOMENAGEADA COM INÚMEROS APARTES



Logo após o discurso em que se despediu do Senado, a senadora Júnia Marise (PDT-MG) foi homenageada, esta tarde, com inúmeros apartes dos senadores, que louvaram sobretudo a coerência e pertinácia com que ela representou o estado de Minas Gerais. Vários parlamentares enalteceram também sua atuação como deputada federal e a maioria pediu que ela não dissesse "adeus", mas "até breve". Bernardo Cabral (PFL-AM) disse que a ela jamais faltou prudência nem bom senso, porque sua crítica sempre foi construtiva. "Ser oposição é fácil, porque não há nenhum compromisso com quem está no governo. Mas exercer a oposição com dignidade e transparência nem sempre é tão fácil", afirmou o senador, para sustentar que Júnia Marise fez sempre uma admirável oposição. "Não saia daqui sem saber que todos nós estamos a lhe dizer um "até breve", encerrou ele.Hugo Napoleão (PFL-PI) lembrou os tempos em que foram colegas na Câmara, observando que começaram em 1979 e, mais tarde, como ministro da Educação, teve a oportunidade de tratar com ela. a respeito de assuntos concernentes ao governo de Minas Gerais. Para ele, o que caracterizou a atuação de Júnia Marise no Senado foi "uma linha de coerência, racionalidade e lealdade, além do acendrado nacionalismo".Roberto Requião (PMDB-PR) deu o testemunho da significativa atuação de Júnia Marise no Senado, dizendo ter a certeza de que esse "mandato não se encerra, mas será seguramente renovado em 2003". Também testemunhou a coerência partidária, firmeza nas votações e a posição claramente a favor do Brasil. "Foi uma senadora exemplar, daquelas que não se compra e nem se vende", disse ainda Requião, para saudá-la: "Senadora, até 2003".José Eduardo Dutra (PT-SE) disse que Júnia já conhecia a profunda afinidade que ele tem com Minas Gerais, estado onde passou a maior parte da infância e da adolescência. "Naquela época, já acompanhava a carreira de V.Exa, sempre atuando com profunda convicção e profunda competência", disse ele. Dutra também lembrou que ambos atuaram em trincheiras nacionalistas, como na defesa da Companhia Vale do Rio Doce. E terminou observando que ela é hoje uma milionária de votos, visto que recebeu 2,5 milhões de sufrágios na última eleição. Iris Rezende (PMDB-GO) afirmou que ela se despede após um período profícuo de trabalho prestado ao Brasil. E registrou seu reconhecimento de que Júnia Marise ficará na história política brasileira como uma das grandes responsáveis pela abertura do espaço ocupado pela mulher nas decisões político-administrativas do país. Francelino Pereira (PFL-MG) declarou-se um admirador eterno "da juventude, feição de menina e fala encantadora de Júnia Marise". Também elogiou a bravura com que ela sempre se comportou na atividade política, enaltecendo ainda seu excelente desempenho nas disputas populares pelo voto. Artur da Távola (PSDB-RJ) se disse impressionado com a serenidade e o sorriso de Júnia Marise e citou um soneto de Cruz e Sousa - "Fica sereno em um sorriso justo, enquanto tudo em derredor oscila". Disse que ela sempre lhe produziu impressão por suas características, especialmente a da solidão. "É preciso ter coragem para ser solitária na política", ensinou Artur da Távola, para aconselhá-la: "Continue seu caminho porque ele é seu, no Senado ou seja onde estiver".Emília Fernandes (PDT-RS) ressaltou lamentar que as eleições em Minas Gerais não tenham renovado o mandato de Júnia Marise. "A política tem os seus contratempos. Não acreditamos que seja apenas um fato localizado em Minas Gerais, mas o Brasil todo viveu com surpresa as distorções dos resultados dessas eleições", disse ela. Djalma Bessa (PFL-BA) disse que a homenageada destacou-se tanto na Câmara como no Senado pela "simpatia, competência, eficiência e trabalho". Ele lastimou que seu mandato não tenha sido renovado, explicando que isso aconteceu não por um problema pessoal, mas por uma questão conjuntural. "Isso quer dizer que V.Exa não tem por que afastar-se da vida pública", afirmou. Ramez Tebet (PMDB-MS) elogiou a capacidade de trabalho e a lealdade com que a homenageada sempre se portou. Também enalteceu sua coerência e bravura na ação política, para concluir: "Há um adeus e um até breve. Eu fico com o até breve, formulando-lhe muitos votos de felicidade".Jáder Barbalho (PA) falou em nome da liderança e da presidência do PMDB, lembrando que Júnia Marise integrou essa legenda num momento em que era efetivamente difícil fazer oposição no Brasil. "Era a época do AI-5 e da Lei de Segurança Nacional e V.Exa participou de forma aguerrida no processo de redemocratização do país". Josaphat Marinho (PFL-BA) testemunhou que, em nenhum momento, a senadora perdeu a elegância, a cordialidade e a suavidade no trato e a firmeza em suas posições políticas e ideológicas. "Ninguém aqui há de esquecer a disposição com que ocupou essa tribuna para combater as privatizações excessivas e defender o monopólio estatal do petróleo". Sebastião Rocha (PDT-AP) formulou palavras de reconhecimento pelo trabalho que a homenageada desenvolveu em favor de Minas Gerais, do Brasil e do Senado. "Em sua trajetória, V.Exa teve a oportunidade de descortinar uma série de vitórias e inúmeras conquistas. Tive oportunidade de ver tudo isso", afirmou ele.Arlindo Porto (PTB-MG) observou que Júnia Marise retrata a luta em prol da mulher, da criança e das minorias do país. Lembrou que sua atuação pública começou ainda quando jovem, como repórter da rádio Itatiaia e sustentou: "Minas Gerais sempre haverá de reconhecer seu trabalho, sua luta e sua dedicação". Marluce Pinto (PMDB-RR) lembrou os 2,5 milhões de votos que Júnia Marise recebeu em Minas Gerais, destacando que "muito em breve, V.Exa estará retornando. As mulheres de Minas Gerais vão perdê-la aqui no Senado, mas vão tê-la no estado, a batalhar por elas. Como jornalista, V.Exa. vai poder fazer muito pelo seu estado e pelo seu país".Carlos Wilson (PSDB-PE) disse que sempre aprendeu com a garra de Júnia Marise, desde quando ambos eram deputados federais. "Depois fui ser vice-governador de Pernambuco e V.Exa, de Minas Gerais. E tive a oportunidade rara de conviver a seu lado no conselho deliberativo da Sudene", lembrou o senador.Lúdio Coelho (PSDB-MS) declarou que Júnia Marise desempenhou muito bem o mandato e sai levando para Minas Gerais a segurança, o respeito e o carinho dos que ficaram no Senado. "V.Exa. desempenhou muito bem seu mandato, exercendo a oposição com competência e abordando sempre os pontos fracos do governo. Só desejo que continue na vida pública, prestando serviços a Minas e ao Brasil".Pedro Simon (PMDB-RS) destacou a importância do trabalho de Júnia Marise para ampliar a participação das mulheres na vida pública brasileira. "A senadora iniciou sua trajetória política numa Minas Gerais dominada pelo machismo", lembrou. O senador elogiou a garra, a competência e a coragem de Júnia, "sem bravatas, mas com firmeza constante".Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) afirmou que a senadora conseguiu demonstrar competência em vários assuntos. "Defendeu os interesses nacionais, combatendo as privatizações; lutou pelas regiões menos favorecidas, pelas mulheres e crianças e pela universalização do ensino", citou o senador sergipano. Valadares, falando também em nome do senador Romeu Tuma (PFL-SP), disse que Júnia ensinou como se faz oposição sem preocupações eleitorais.Marina Silva (PT-AC) disse que a senadora mineira não deve se abater pela derrota eleitoral que a faz deixar o Senado. "Suas convicções políticas continuam vitoriosas", argumentou. Para Marina, Júnia não quis ganhar a eleição a qualquer custo. "A senadora perdeu apenas aparentemente a eleição, mas ganhou a alma do povo brasileiro", comentou.Casildo Maldaner (PMDB-SC), falando também em nome da senadora Sandra Guidi (PPB-SC), disse que Júnia Marise marcou sua atuação pela grandeza e pelo diálogo em todos os momentos. "Sua figura está acima dos partidos políticos", elogiou.Edison L obão (PFL-MA) lembrou a

27/01/1999

Agência Senado


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