Juvêncio convoca Conselho de Ética para examinar na quarta recurso do PT sobre grampos na Bahia
O senador Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS) anunciou nesta quinta-feira (6) que convocará reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar para quarta-feira (12). Na ocasião, será discutido recurso a ser apresentado pelo PT para que sejam ouvidos dois jornalistas da revista Isto É sobre a escuta ilegal de telefones na Bahia.
O pedido foi assinado no último dia 27 por três senadores do PT, mas Juvêncio da Fonseca, presidente do conselho, não concordou em ouvir os jornalistas. Ele ponderou que não tinha recebido uma representação do Partido dos Trabalhadores para investigar um possível envolvimento do senador Antonio Carlos Magalhães com os grampos telefônicos, mas apenas um expediente informando que os jornalistas disseram possuir provas do envolvimento do senador no episódio. Além disso, ele e outros dois senadores - Jefferson Péres (PDT-AM) e João Alberto Souza (PMDB-MA) - estavam acompanhando as investigações da Polícia Federal sobre o caso.
O presidente do Conselho de Ética decidiu então enviar o expediente do PT ao delegado Gesival Gomes, da Polícia Federal, que vem investigando a escuta de mais de 200 telefones pela polícia do estado da Bahia, incluindo celulares de deputados federais. Até agora, o delegado já ouviu 13 envolvidos e indiciou dois deles.
O senador Juvêncio da Fonseca defende que o Senado, antes de qualquer providência, deve esperar o fim das investigações da Polícia Federal, previsto para os próximos 30 dias. Se houver alguma acusação contra o senador Antonio Carlos Magalhães, o Conselho de Ética poderia ser acionado para examinar os fatos. Juvêncio enviou outro expediente ao presidente do Senado, José Sarney, relatando ter recebido a comunicação do PT e tê-la encaminhado à Polícia federal.
Na mesma entrevista desta quinta-feira (6), concedida por telefone (ele se encontrava no Mato Grosso do Sul), Juvêncio da Fonseca informou ainda que pretende apresentar ao Conselho de Ética um relatório sobre tudo o que ele e os senadores Jefferson Péres e João Alberto Souza acompanharam até agora do caso. Disse ainda que recomendará ao conselho esperar o fim das investigações da Polícia Federal para decidir o que fazer.
- As investigações da Polícia Federal têm avançado rapidamente e ninguém duvida da sua seriedade, inclusive porque o delegado que trata do caso não é da Bahia e servia em outro estado - sustentou o parlamentar.
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar é composto por 15 senadores titulares, que têm mandato até maio. No entanto, nove deles não foram reeleitos em outubro do ano passado e nem todos os partidos indicaram seus novos titulares - falta a indicação de quatro titulares, o que pode ocorrer nas próximas horas. De qualquer forma, o PMDB indicou Juvêncio da Fonseca para continuar presidindo o conselho nos próximos dois anos.
06/03/2003
Agência Senado
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