Juvêncio: Funai está deixando índio freqüentar "escola da malandragem"
Ao invés de cuidar dos verdadeiros interesses dos índios brasileiros, a Fundação Nacional do Índio (Funai) está deixando que eles freqüentem "a escola da malandragem e do crime", de acordo com o senador Juvêncio da Fonseca (PDT-MS). A prova disso é que durante as ocupações que comunidades terena têm empreendido no estado de Mato Grosso do Sul, foram vistos indígenas encapuzados.
- Os índios são mansos e estão sendo usados. A Funai os está insuflando a ficar em áreas que já deveriam ter sua posse reintegrada por força de sentença judicial - denunciou Juvêncio.
O senador leu trechos de um documento assinado por fazendeiros de vários municípios relatando a situação tensa vivida nas terras ocupadas, onde, segundo Juvêncio, não teria havido ainda conflito violento em razão da competência da Polícia Federal e estadual. Em pelo menos uma fazenda, os índios teriam arrendado a terra a terceiros para utilização de pastagens. Juvêncio alertou para o risco de contaminação dos rebanhos pela febre aftosa com a manipulação de rebanhos não controlados pelas autoridades do Ministério da Saúde.
Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) apoiou o discurso do senador sul-mato-grossense e pediu respeito à lei e às decisões judiciais. Já o senador Demóstenes Torres (PFL-GO) mostrou os próprios olhos (que classificou como "puxadinhos") para dizer que também é descendente de índios, merecendo, por isso, um pedaço de terra.
Ao falar como presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) informou sobre a audiência pública convocada especialmente para tratar dos conflitos entre índios e fazendeiros em Mato Grosso do Sul e Roraima, com a presença do ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos; do presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes; e do ministro da Defesa, José Viegas Filho.
09/02/2004
Agência Senado
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