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Karin Breitman: computação em nuvem torna processamento de dados mais ágil, barato e democrático

Acabou-se a era das grandes empresas de processamento de dados, os chamados bureaus, que tinham processadores de superpotentes, muita memória e programas de última geração, comprado a preços de lançamento.Com a computação em nuvem será possível ter um centro computacional de qualidade na sua empresa mesmo sem dispor de toda essa infraestrutura. É o que afirma a professora Karin Breitman, especialista em engenharia de softwares da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).

 

Em entrevista exclusiva ao Portal Brasil nesta quarta-feira (19), durante a terceira edição do Congresso Internacional Software Livre e Governo Eletrônico (Consegi), em Brasília, ela explicou como funciona a “cloud computing”, em que o usuário acessa, ele mesmo, os serviços e os recursos de que precisa nas máquinas de outros usuários, via internet, conforme surgem suas demandas e pagando apenas pelo que utiliza.  

 

O Consegi está sendo realizado por iniciativa da Escola de Administração Fazendária (Esaf), do Ministério da Fazenda, em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), de 18 a 20 de agosto. O tema principal do encontro é justamente a computação em nuvem

 

De acordo com Karin Breitman, empresas como a Google, a Microsoft e Amazon já contam com sistemas de nuvens “e vendem serviços para quem quer colocar seus sistemas nas nuvens também”. A administração pública federal brasileira também vai criar uma grande nuvem. “O Serpro está se organizando para construir nuvens, por exemplo, para atender as prefeituras de todos os municípios, para poder colocar serviços e programas que ajudem o governo e o próprio cidadão”, acrescenta a especialista.

 

 

“O Sistema de Nuvens é uma nova maneira de ver a tecnologia e vai nos ajudar a fazer as coisas, que fazemos todos os dias, mais facilmente”, afirma a professora. Trata-se de um modelo tecnológico que habilita de forma simplificada o acesso a uma rede com um conjunto de recursos computacionais configuráveis (por exemplo, redes, servidores, aplicações e serviços) e que podem ser rapidamente disponibilizados, configurados e liberados com um esforço de gerenciamento mínimo e automatizado.

 

Dessa forma, o processamento é espalhado por vários discos rígidos, tornando o processamento muito mais rápido e aproveitando a capacidade de computadores ociosos. Cada usuário, entidade ou órgão público pode acessar serviços diversos via internet, em vez de instalá-los em suas próprias máquinas.

 

Isso também beneficia o meio ambiente, pois reduz os custos com equipamentos, manutenção e produção de lixo, diz Karin Breitman, coordenadora do Programa de Engenharia de Computação da PUC-RJ.

 

“Nuvem é um lugar que a gente não define onde é”, explica a professora, sobre a expressão que é o tema principal do Consegi 2010.  “Mas é um lugar onde existem milhares e milhares de computadores que vão ser os responsáveis por guardar nossos arquivos, fotos, e-mails; fazer as contas, guardar os formulários de internet. Então a gente faz pesquisa para fazer isso da melhor maneira possível”, disse.

 

Para explicar a tecnologia, Karen utiliza como exemplo um dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos pela PUC, que é a criação de um sistema de inscrições para o programa Big Brother Brasil, da TV Globo. Para se inscrever no BBB é necessário enviar um vídeo. Dependendo do dispositivo utilizado (celular, filmadora e etc.), o formato desse vídeo vai necessitar de um programa particular para abri-lo, o que trazia complicações e perdas de tempo.

 

 “Então a gente vai poder usar a nuvem para transformar esse vídeo em um único formato, para os juízes verem, para guardar os vídeos de todos os outros candidatos, para organizar as notas dadas pelos juízes e computar, no final do processo, quem serão as pessoas que irão para a casa. Essas coisas são feitas nesse lugar mágico que é a nuvem”, esclareceu.

 

O Consegi 2010 é aberto ao público, sem ônus para os participantes. A inscrição pode ser feita pelo site do evento.

 
Fonte: Portal Brasil

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