Kátia Abreu registra perda de competitividade do Brasil por falta de investimentos
A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) registrou em Plenário, nesta terça-feira (14) estudo divulgado pelo Banco Mundial, segundo o qual os países da América Latina e do Caribe, o Brasil em especial, tem investido menos de 2% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em infra-estrutura, o que tem se tornado um obstáculo ao crescimento econômico e à redução da pobreza e levado à perda de competitividade. Ainda de acordo com o estudo, disse a senadora, se esses países investissem de 4% a 6% de seus PIBs em infra-estrutura poderiam atingir um nível de desenvolvimento semelhante ao da Coréia e ao da China.
O estudo mostra ainda que enquanto 18% dos empresários do leste asiático reclamam da falta de investimentos em infra-estrutura, na América Latina e Caribe 55% fazem essa crítica. O resultado, informa a senadora, é que essa região tem sua competitividade afetada e afugenta investimentos privados. O estudo revela ainda que esses investimentos caíram de 1998 para cá de US$ 71 bilhões para US$ 16 bilhões.
Do mesmo modo, disse Kátia Abreu citando o estudo, houve uma redução drástica nos investimentos públicos que, entre 1988 e 1998 tiveram redução de 3% do PIB para 1,6%do PIB.
- O Brasil, segundo o estudo, é o caso mais flagrante em termos de redução dos investimentos, pois aumentou as despesas correntes cortando investimentos especialmente em infra-estrutura - disse a senadora.
Kátia Abreu comentou a situação do Porto de Paranaguá, no Paraná, que teve sua capacidade de fretamento reduzida de 60 mil toneladas para 50 mil toneladas devido à falta de investimentos em dragagem. Ela lembrou que quem paga a conta são os produtores agropecuários que só com a soja terão um prejuízo estimado em R$ 141,7 milhões. A senadora culpou a falta de infra-estrutura de logística e transportes pela redução da competitividade do setor e pelo endividamento rural.
Kátia Abreu mostrou também como os exportadores de grãos poderiam ter uma redução de 40% no custo do frete se o governo investisse em transporte hidroviário, especialmente nas Regiões Norte e Centro-Oeste, o que geraria uma economia, segundo afirmou, de R$ 2,7 milhões. A senadora comemorou a demissão do diretor de infra-estrutura aquaviária do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes, Martinho Cândido Velloso dos Santos. Segundo ela, apesar de diretor da pasta, Martinho era contrário à construção de eclusas para viabilizar as hidrovias.
14/08/2007
Agência Senado
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