Lançada campanha pela aprovação de projeto contra homofobia



A Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT - Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros - lançou, na manhã desta quinta-feira (27), no Senado, em seminário nacional, campanha para arrecadar um milhão de assinaturas em apoio ao projeto de lei da Câmara (PLC 122/06) que torna crime a homofobia, isto é, a aversão ao homossexualismo. O projeto tramita no Senado e, na avaliação de Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays e Transgêneros (ABLGT), não há mais razão para adiar a aprovação da matéria.

- Não podemos mais ficar esperando uma situação ideal para aprovar esse projeto. Temos que bater em cada gabinete; não estamos discutindo o Alcorão, mas a Constituição brasileira. Muitos fundamentalistas dizem que queremos destruir a família. Não queremos destruir nada. Nós queremos criar o nosso tipo de família. Pagamos impostos, temos deveres, queremos nossos direitos. Não queremos nenhum privilégio, aposentadoria especial, nada. Queremos respeito - disse Toni Reis, em discurso durante a reunião promovida pela frente parlamentar.

O presidente da ABLGT citou pesquisa feita este ano, pelo DataSenado, segundo a qual 70% dos entrevistados concordam com a aprovação desse projeto que torna crime a discriminação de sexo, orientação sexual e identidade de gênero, e prevê formas de punição à discriminação. De acordo com Toni Reis, os sexualmente diferentes precisam de solidariedade para que a tramitação desse projeto ganhe celeridade, "para ganhar ou para perder", disse. Lamentou que, no momento em que se comemoram os 20 anos da Constituição federal, a comunidade LGBT não tem nada a comemorar e proclamou: "Não podemos mais ficar à mercê de fundamentalistas".

Durante a reunião da frente parlamentar, o projeto recebeu o apoio dos senadores Serys Slhessarenko (PT-MT), que presidiu os trabalhos, Fátima Cleide (PT-RO), presidente da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT) José Nery (PSOL-PA) e de vários outros presentes.

Ao sublinhar a importância do seminário nacional da frente parlamentar, que em sua quinta edição debate a homofobia, Serys Slhessarenko disse que o dia era extremamente importante, mas que chegará o momento em que os sexualmente diferentes não precisarão mais realizar esse tipo de encontro.

- O sentimento propiciado por essa reunião é bom, mas por outro lado é ruim, porque o preconceito existe. Discutir a situação dos homossexuais é bom, mas se não fosse a opressão não estaríamos aqui debatendo nada. Rebentar as amarras do preconceito não é fácil para ninguém. Há homofobia neste país. Diariamente, vemos homossexuais enfrentando dificuldades para terem sua sexualidade respeitada.

Prêmio

Durante o evento, ainda, o senador José Nery anunciou que apresentará ao Plenário projeto de resolução criando o prêmio Dom Helder Câmara de Direitos Humanos, que será destinado a homenagear, anualmente, cinco pessoas que se destaquem nessa área. Ele também pediu aos participantes do seminário apoio para a campanha nacional em favor da erradicação do trabalho escravo.

Discursaram ainda na cerimônia, Perly Cipriano, subsecretário nacional de Direitos Humanos; a ex-senadora Emília Fernandes; Yone Lindgren, vice-presidente lésbica da ABLGT; Keila Simpson, presidente da Articulação Nacional de Travestis Transexuais e Transgêneros, e as deputadas Cida Diogo (PT-RJ) e Maria Helena (PSB-RR).



27/11/2008

Agência Senado


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