Lançamento: Livro registra em fotos 300 anos dos negros no Brasil



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A Editora da USP, a Imprensa Oficial do Estado, o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB/USP) e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/USP) lançam no próximo dia 2 de dezembro, às 15 horas, na Pinacoteca do Estado, A Travessia da Calunga Grande - Três Séculos de Imagens sobre o Negro no Brasil. O livro, de autoria do sociólogo Carlos Eugenio Marcondes de Moura, é um levantamento exaustivo da iconografia sobre o negro no período de 1637 a 1899. A principal fonte da pesquisa é o acervo do IEB, mas uma parte dos registros são da biblioteca particular de Guita e José Mindlin. A pesquisa consumiu cerca de dois anos e meio e foi patrocinada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Fundação Guggenheim, de Nova York. Moura catalogou 2.650 imagens, das quais selecionou 507. Elas retratam o cotidiano da população escrava do ponto de vista de diversos artistas, desde os trazidos pelo conde Maurício de Nassau, durante a ocupação holandesa no nordeste do Brasil, no século XVII, aos dos viajantes, artistas contratados pelas missões científicas, comerciantes, diplomatas que percorreram o País até o século XIX. O livro traz, por exemplo, imagens dos desenhistas da expedição comandada pelo sábio baiano Alexandre Rodrigues Ferreira em viagem pela Amazônia no final do século XVIII, além de dezenas de registros de Carlos Julião, um militar de Turim que esteve no Brasil a serviço da Coroa Portuguesa. Os registros do século XIX que se encontram em revistas ilustradas, segundo Moura, foram publicados por Angelo Agostini na Revista Ilustrada e Henrique Fleiuss na Semana Ilustrada, que circularam no Rio de Janeiro. A Travessia publica ainda imagens de estúdio de negros escravos de autoria de Christiano Junior e de negros não escravos de autoria do fotógrafo carioca radicado em São Paulo, Militão Augusto de Azevedo. Há flagrantes da violência contra os negros escravos, paisagens urbanas onde eles viviam, escarificações faciais ou marcas de identidade, indicando a filiação a um clã, a uma divindade, adornos, além daquilo que o autor denomina as marcas da brutalidade, feitas a ferro em brasa para identificar a quem o escravo pertencia ou para marcar o fato de sido batizados ou que seus donos pagaram os direitos devidos à Coroa. Todo o material iconográfico é acompanhado de um índice de assuntos, de artistas e outro topográfico (de vilas e acidentes geográficos onde os negros viviam) que remetem a uma bibliografia. Com 700 páginas, A Travessia da Calunga Grande é o sexto livro da Coleção Uspiana, de 12 volumes, em homenagem aos cinco séculos de Descobrimento do Brasil. Até agora foram publicados Imagens de Vilas e Cidades do Brasil Colonial, Quantos Anos Faz o Brasil?, Recitativo e Ária para José Mascarenhas, Bibliotheca Universitatis e A Plumária Indígena Brasileira. A Edusp e a Imprensa Oficial programaram para este ano mais um título, o Guia dos Museus Brasileiros, com lançamento previsto

11/28/2000


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