Lauro Campos culpa FHC pela crise no Senado



O senador Lauro Campos (sem partido-DF) culpou nesta segunda-feira (dia 30) o presidente Fernando Henrique Cardoso pela crise que está vivendo o Senado, em razão das investigações sobre a violação do painel eletrônico e as denúncias contra o presidente da Casa, Jader Barbalho (PMDB-PA). Segundo Lauro Campos, ao tentar disputar espaço com o ex-presidente do Senado Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), e na pretensão de ser "ditador único", Fernando Henrique forçou a eleição de Jader para suceder Antonio Carlos, provocando o confronto dentro do Congresso.

Para Lauro Campos, o Fernando Henrique tem sido bem sucedido na sua estratégia de enfraquecer o Legislativo, de modo a conduzir sem maiores resistências a sua política econômica neoliberal e aprovar as matérias de seu interesse no Congresso. Na opinião do senador, quem está pagando é o país, uma vez que os recursos públicos se esgotam na salvação de bancos falidos e na privatização de empresas.

Em sua análise, Lauro Campos usou a expressão "irmãos siameses" para se referir à aliança política que elegeu Fernando Henrique com apoio de Antonio Carlos. A crise atual seria como que a conseqüência da separação desses "gêmeos" políticos empreendida pelo presidente da República.

- É preciso ver que o jogo de Antonio Carlos em parte protegia o Senado e a sua imagem. Se continuar esse processo de cortar pescoços, vão sobrar aqui no máximo três senadores - disse Lauro Campos, em alusão à ameaça de cassação de Antonio Carlos, José Robero Arruda (sem partido-DF) e Jader.

Em aparte, o senador Tião Viana (PT-AC) lamentou que o mais importante no momento sejam os holofotes dirigidos ao Conselho de Ética, onde Antonio Carlos e Arruda estão sendo investigados. O senador acreano propôs que todos os senadores abram mão de seus sigilos bancários como demonstração de disposição para a transparência e a ética.

30/04/2001

Agência Senado


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