LAURO CAMPOS DIZ QUE MÍNIMO DE R$ 150 É IMPOSIÇÃO DA POLÍTICA DO FMI



O senador Lauro Campos (PT-DF) classificou como "um economicídio" um salário mínimo de R$ 150, que, afirmou, "certamente está sendo imposto pelo FMI e pela política neoliberal que ele impõe a países endividados como o Brasil". Essa política, na avaliação do senador, é sinônimo de crise, cujo sintoma é a deflação decorrente da estratégia de reduzir a demanda efetiva, aumentar impostos e preços das tarifas públicas e de mercadorias importadas. A deflação, nesse modelo de implantação de crises do FMI, afirmou o senador, também seria sinômino de sociedade civil amordaçada.
Na análise do senador, o governo "agiu criminosamente" ao aceitar as condições estabelecidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para ter acesso a um empréstimo de US$ 41 bilhões, "liberado a conta-gotas". Essa decisão significou, na prática, que o governo brasileiro abriu mão do controle sobre as contas nacionais, disse. Assim, hoje é o FMI que define qual deverá ser o superávit comercial, o superávit primário do orçamento, o nível da demanda efetiva e a taxa de juros, entre outras importantes variáveis da economia nacional.
Diante desse quadro, Lauro Campos disse estar convencido de que o presidente Fenrando Henrique Cardoso não é responsável pela proposta de fixar o salário mínimo em R$ 150, ou cerca de US$ 80, mesmo tendo assumido, na campanha eleitoral, o compromisso de elevar o salário mínimo a US$ 250 ao longo do seu governo.
- Quem transferiu o governo para Washington e Nova York não pode mais ser considerado responsável pelos atos de governo - afirmou.

22/03/2000

Agência Senado


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