DINHEIRO PARA AUMENTAR MÍNIMO É DOS PRÓPRIOS TRABALHADORES, DIZ LAURO CAMPOS



O senador Lauro Campos (PT-DF) disse nesta terça-feira (dia 24) que para aumentar o salário mínimo não é preciso buscar uma fonte de recursos como quer o governo, bastando "roubar menos, eviscerar menos e daí vêm os recursos, dos próprios trabalhadores, que em 1990 recebiam 40% da renda nacional e, agora, auferem 38%". No Japão, disse, o trabalho fica com 71% da renda nacional.

Dado que a maioria das lideranças governistas, inclusive o presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, insistem em afirmar que são favoráveis a um aumento do salário mínimo, mas que é preciso apontar onde serão buscados os recursos para isso, o senador recomendou a prática de uma terapia como a teatroterapia, "para voltar a entender melhor o mundo" e, portanto, deixarem de ser alienados.

- E o PT embarca nessa canoa furada. Lutar por R$ 180? - questionou.

A recomendação, conforme explicou o senador, deve ser entendida como um conselho, como a colaboração de um oposicionista para que "o governo trilhe caminhos mais retos, elevados e condizentes com melhores resultados para o povo brasileiro, os trabalhadores, pobres, marginalizados, sem terra, sem teto, sem nada".

Lauro Campos apoiou-se nos estudos freudianos sobre a esquizofrenia, cisão com o mundo real provocada pelos conflitos que emergem do mundo do trabalho humano, e sobre as relações sadomasoquistas. O fruto da ruptura esquizofrênica, continuou o senador, é a criação de "um mundo acolchoado, sem conflito, sem trabalho humano, sem greves".

Seguidores de Freud, como Erich Fromm, acrescentou o senador, aprofundaram os estudos sobre as relações sadomasoquistas descritas pelo pai da psicanálise e estenderam sua compreensão ao mundo social, de que as relações de classe seriam exemplo acabado. Salários de R$ 150 ou R$ 180 seriam, na opinião de Lauro Campos, o resultado de relações de classe de caráter sadomasoquista.

24/10/2000

Agência Senado


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