LAURO CONDENA EXPLORAÇÃO PERMANENTE DO TRABALHADOR



O senador Lauro Campos (PT-DF) fez hoje (dia 6) um breve histórico das "formulações ideológicas e mentiras" defendidas durante os últimos 500 anos com o objetivo de justificar a exploração dos trabalhadores, para em seguida fazer uma análise da situação brasileira:

- Neste país e neste continente sequer uma versão ideológica surgiu. Aqui nunca houve uma inteligência suficientemente esperta para organizar uma nova versão. Então, aqui, fazemos mentiras mais grosseiras ainda. Dizemos que devido à globalização e à tecnologia moderna, é necessário que o salário se reduza, e que diante da incapacidade de os trabalhadores se adaptarem às novas técnicas, eles devem ir para casa.

Lauro Campos acrescentou que hoje, como no passado, os trabalhadores são culpados pelo desemprego. O senador disse ter ouvido de um líder sindical a afirmação de que o desemprego existe devido à falta de capacidade dos trabalhadores, o que mostra que "essas versões não são inócuas ou apenas teóricas, têm um efeito na prática, exercem um efeito sobre as cabeças".

Segundo afirmou, o governo tenta projetar "freudianamente" nos trabalhadores brasileiros e nos funcionários públicos a culpa por suas mazelas, pelo que tem sido chamado de caos completo da economia mundial e, em especial, da brasileira. Quando especialistas e observadores no mundo afirmam que o Brasil será "a bola da vez", destacou o senador, "ainda mais se eriçam os argumentos trôpegos" com que o governo defende as medidas que vem adotando e que geram desemprego e arrocho salarial.

Para Lauro Campos, "o sistema que aí está é o herdeiro de formulações ideológicas, de mentiras" dos que sempre desejaram explorar o trabalhador. Foi nesse momento que o senador fez um histórico de tais formulações, citando argumentos religiosos, econômicos e demográficos utilizados ao longo dos anos para justificar a espoliação do trabalhador.

Lauro Campos considerou lamentável que se tente, cada vezmais, justificar a redução de salários, enfraquecer os sindicatos, jogar os direitos trabalhistas "na lama". Ele condenou a supressão de direitos como a carteira assinada e o 13º salário, prevista no contrato temporário de trabalho,e a "negativa contumaz" do governo de reajustar salários. E afirmou que a inflação já está acumulada em cerca de 65% desde o início da estabilidade econômica.

06/02/1998

Agência Senado


Artigos Relacionados


Suframa e MPT criam Forum Permanente de Saúde e Segurança do Trabalhador

LAURO DIZ QUE TRABALHADOR PERDE DIREITOS PÉTREOS

LAURO CAMPOS CONDENA REFORMA ADMINISTRATIVA

Tombini condena manutenção de lista permanente de devedores do sistema bancário

Lauro Campos condena capital estrangeiro nas comunicações

Lauro Campos condena política econômica do atual governo