LDO: substitutivo que limita contingenciamento de programas sociais deve ser votado na terça-feira



O processo de votação do substitutivo ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) começa na próxima terça-feira (6) pela manhã, com reunião do colégio de líderes dos partidos com assento na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO). A votação deverá ser concluída na quarta-feira (7), para que a LDO seja votada no Congresso no dia seguinte. A nova versão do relatório da LDO já foi entregue à comissão pelo relator, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN).

A principal alteração feita por Garibaldi limitou os programas prioritários do governo que não poderão ser contingenciados. Ficaram fora do represamento de recursos cerca de 40 ações relativas ao chamado -choque social-, onde estão incluídos os programas sociais mais importantes como o Bolsa-Família, o Brasil Alfabetizado, a reforma agrária, a erradicação do trabalho infantil, saneamento urbano e rural, habitação de interesse social, e recuperação e construção de barragens, cisternas, açudes e poços artesianos.

Mas os projetos de infra-estrutura como os investimentos em estradas, portos, energia, entre outros constantes da seção II do anexo de metas e prioridades da LDO, voltaram a compor a listagem que pode ser contingenciada. Essa mudança agradou a área econômica do governo, que já sinalizou ao relator sua disposição de cumprir o orçamento dos programas do -choque social-.

No entanto, quatro projetos da área de segurança (Fundo Nacional de Segurança Pública, Fundo Penitenciário Nacional, Fundo Nacional Antidrogas e Fundo para Aparelhamento e Operacionalização das Atividades Fim da Polícia Federal), que o relator excluiu do contingenciamento oficial a pedido do senador Romeu Tuma (PFL-SP) e outros parlamentares ligados a essa área, ainda não foram discutidos com o governo.

O reajuste real do salário mínimo para 2005, com base na variação do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, estimado em 3,5%, foi mantido pelo relator, apesar de toda polêmica que promete gerar durante a votação da LDO. Garibaldi também manteve, mesmo com a discordância da área econômica do governo, a definição da aplicação dos recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).

Com essa providência estão assegurados 54% dos recursos da Cide para aplicação obrigatória na recuperação e construção de rodovias federais. Esse dinheiro não poderá compor a reserva de contingência do orçamento federal usada para o superávit primário (receitas menos despesas, excluído o pagamento dos juros da dívida pública). O governo também não concordou com a autorização prevista no substitutivo para que a área econômica possa alterar a meta do superávit primário, de 4,25% do PIB, se for fechada a negociação com o Fundo Monetário Internacional para excluir os investimentos das estatais desse cálculo.


Senadores com emendas aprovadas


01/07/2004

Agência Senado


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