Legislação eleitoral também influenciou na desaceleração dos investimentos, afirma secretário do tesouro



A desaceleração dos investimentos foi acarretada pelo calendário eleitoral, não apenas pela contenção de gastos do governo, disse nessa quarta-feira (29) o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Na avaliação dele, o alto volume de obras com recursos federais no primeiro semestre do ano passado interferiu na comparação com a execução do orçamento em 2011.

De acordo com o secretário, a legislação eleitoral, que proibia transferências e a assinatura de convênios nos três meses anteriores às eleições de 2010, estimulou a concentração dos investimentos no primeiro semestre. “O prazo eleitoral influenciou bastante a base de comparação”.

Augustin também atribuiu ao início de governo o ritmo menor na execução dos investimentos. “Com o início do ano e de legislatura, existem efeitos de pagamento, que são um pouco menores que os dos períodos anteriores. De qualquer forma, não estamos falando de investimentos pequenos porque a base já estava alta [no ano passado]”.

De janeiro a maio, o governo federal investiu R$ 16,87 bilhões, 1,1% a mais que em igual período do ano passado. A desaceleração pode ser constatada ao comparar as taxas de crescimento. Nos cinco primeiros meses de 2010, os investimentos somaram R$ 16,87 bilhões, valor 79,9% maior que o observado de janeiro a maio de 2009 (R$ 9,73 bilhões).


Partticipação no superavit

O secretário admitiu que a desaceleração dos investimentos contribuiu para aumentar o superavit primário em 2011. No acumulado do ano, a economia para pagar os juros da dívida pública totalizou R$ 45,45 bilhões, 87% a mais que os R$ 24,23 bilhões obtidos de janeiro a maio de 2010. “No acumulado do ano, o superavit primário é o segundo melhor da história. Só perde para 2008.”

Apesar da intensificação do esforço fiscal, Augustin reiterou a promessa feita todos os meses de que os investimentos fecharão o ano com crescimento maior que as despesas de custeio – gastos com a manutenção da máquina pública. “No segundo semestre, os investimentos voltarão a crescer com mais intensidade”.

O secretário também voltou a negar que o governo use o mecanismo que permite o abatimento das despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da meta de superavit primário. Esse procedimento foi usado em 2009 e 2010 para permitir que o esforço fiscal ficasse abaixo da meta sem que o governo infringisse a Lei de Diretrizes Orçamentárias.


Fonte:
Agência Brasil

 

30/06/2011 10:41


Artigos Relacionados


Secretário do Tesouro Nacional admite preocupação com ritmo de investimentos

Secretário do Tesouro afirma que governo vai eliminar déficit nominal até 2010

Secretário do Tesouro afirma que alta da Selic impacta a dívida pública em R$ 2,9 bilhões

Secretário do Tesouro afirma que fundo soberano é proposta associada a meta de crescimento equilibrado

Desaceleração é inevitável, afirma Miguel Jorge na CAE

Estudo da CNI aponta desaceleração no ritmo de investimentos e de contratações