Lei de Biossegurança poderá ser votada na quinta-feira pelo Plenário



O parecer da nova Lei de Biossegurança (PLC 09/04) poderá ser votado nesta quarta-feira (15) em reunião conjunta das Comissões de Assuntos Sociais (CAS), Assuntos Econômicos (CAE) e de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Requerimento nesse sentido, apresentado pelo relator do projeto nas três comissões, senador Ney Suassuna (PMDB-PB), foi aprovado pela CAE nesta terça-feira (14). O requerimento para a reunião conjunta tem também o apoio da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), presidente da CAS. Segundo Suassuna, deverá ainda ser buscado o aval do presidente da CCJ, senador Edison Lobão (PFL-MA). Há concordância do PMDB, PT e PSDB para votar o projeto, faltando apenas conversar com a liderança do PFL, informou o relator. A decisão foi tomada após reunião no gabinete do líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP). Segundo o parlamentar do PT, foi fechado o acordo de mérito entre as lideranças para votar a matéria e faltam apenas algumas consultas que deverão ser realizadas na tarde desta terça-feira (14). Suassuna disse acreditar que a matéria poderá ser votada na quinta-feira (16) pelo Plenário. De acordo com Mercadante, que também avaliou haver condições de votação da Lei de Biossegurança nesta semana, o projeto não será desmembrado, devendo ser votado na íntegra no Senado.

Soja transgênica

Como o projeto será modificado no Senado, a Câmara terá que votar novamente a matéria e, se não houver tempo para aprovação de um novo texto até outubro, quando expira o prazo da medida provisória em vigor autorizando o plantio com sementes de soja transgênica para a próxima safra, Mercadante disse que há liminar que a Justiça poderá julgar, resolvendo a questão. Ele afirmou ainda que o governo, avaliando o cenário da Câmara, poderá tomar outra decisão. Para Suassuna, há tempo hábil para votação das matérias nas duas Casas, mas ele não descartou, como último recurso, a possibilidade de o governo editar uma nova medida provisória. - Estamos cumprindo a nossa parte e temos certeza que a Câmara dos Deputados fará a dela - disse. Em seu substitutivo ao texto encaminhado pela Câmara dos Deputados, o relator disse que será prorrogada para a próxima safra a permissão para os produtores utilizarem sementes de soja transgênica, item mais polêmico do texto, conforme ressaltou. Ele explicou que há 200 mil sacas de sementes remanescentes do ano passado disponíveis no país para isso. Daí em diante, tudo que for protocolado na Comissão Técnica de Biossegurança (CTNBio) e que receber autorização já poderá ser utilizado como semente, acrescentou o senador.

Avanços

Suassuna disse que foi feita uma ampla negociação com todos os segmentos envolvidos na temática dos organizamos geneticamente modificados e que houve muitos avanços em relação ao texto encaminhado pela Câmara dos Deputados ao Senado. - São muitos os avanços alcançados. Criamos um área recursal, diminuímos os prazos, abrimos as pesquisas, facilitamos a comercialização, criamos um conselho de ministros que tem estrutura mais consistente e que decidirá a política nacional de biossegurança - informou ele. Suassuna afirmou ainda que a Comissão Técnica de Biossegurança (CTNBio) terá 27 membros e ficará encarregada das decisões sobre a pesquisa de transgênicos. Sobre comercialização, a comissão poderá estabelecer algumas definições, mas a decisão final ficará a cargo do Conselho de Ministros, que deverá ter 11 membros. No seu substitutivo, continuou, em comparação ao parecer aprovado na Comissão de Educação (CE), elaborado pelo senador Osmar Dias (PDT-PR), estão incluídos no colegiado os ministros da Defesa e das Relações Exteriores. O primeiro em razão dos problemas de bioterrorismo e o segundo por causa dos acordos internacionais de que o Brasil participa. Ele disse ainda que, no substitutivo, é permitida a clonagem terapêutica com utilização de células-tronco, desde que congeladas há três anos da publicação da lei. Com isso, disse o relator, o país terá um estoque de 20 mil embriões, o que será suficiente para os próximos cinco anos, quando então será necessária uma revisão da legislação. - Do ponto de vista de células-tronco, estamos abrindo um pouco mais, mas sem descuidar do problema ético e do problema religioso. Não queremos ferir nenhum credo e estamos usando o estoque que existe congelado de embriões. Nos próximos cinco anos, teremos que renovar, até porque é uma área que está mudando em velocidade incrível. Mas não podemos prejudicar os pobres do país. Porque, imagina, se vetássemos aqui, os ricos iam pegar o avião e fazer o que está permitido no Japão, nos Estados Unidos e na França. Então, temos que permitir o avanço da ciência com os cuidados necessários - explicou.

14/09/2004

Agência Senado


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