Líderes da base elogiam disposição do governo de ouvir aliados no Congresso



Senadores que participaram da reunião com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, elogiaram a disposição do governo de interagir mais com sua base no Congresso. A reunião com os senadores da base, nesta terça-feira, foi feita um dia depois da reunião realizada com os deputados. A intenção do governo é reunir-se periodicamente com os parlamentares para tratar de matérias que serão votadas pelo Congresso.

- Nós esperamos que a cada 15 dias possamos fazer uma reunião, sempre com a presença da presidente ou do vice-presidente, sob a coordenação da ministra Ideli [Salvatti, das Relações Institucionais], para que nós possamos tratar de temas específicos – explicou o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM).

Em entrevista à Agência Brasil, Ideli Salvatti classificou positiva a reunião e disse que as conversas frequentes ampliam a possibilidade de que soluções apareçam. A declaração da ministra tem relação com os vetos presidenciais. Senadores da base dizem esperar que as conversas com a presidente e outros integrantes do governo evitem vetos a matérias aprovadas pelo Congresso.

- Acho que cria um distensionamento e, mais do que isso, evita, muitas vezes, que se aprove aqui algo que vai a veto – afirmou o líder do PT, senador Wellington Dias (PI).

De acordo com os parlamentares, a questão dos vetos presidenciais não foi tema da reunião. A expectativa é de que o assunto entre em discussão na próxima semana, quando deve haver outra reunião. A ida dos líderes no Senado ao Planalto está prevista para a próxima terça-feira (13).

Vetos

Na reunião, devem ser discutidos os vetos que serão votados em sessão do Congresso prevista para o dia 20 de agosto. Entre eles, estão os projetos que tratam do Ato Médico, da extinção da multa adicional de 10% sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), e da distribuição dos recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE).

A orientação do governo, disse a ministra, é de que a base trabalhe para evitar a derrubada dos vetos, principalmente nas questões que têm impacto nas contas públicas.

- Todas as matérias que vão para o Judiciário, acabam ficando um tempo lá até decisão. O melhor é evitar, mas se não tiver possibilidade, o Judiciário é o recurso legal e constitucional que o Executivo tem para recorrer - disse Ideli à Agência Brasil.

Médicos

O principal assunto tratado na reunião desta terça-feira, segundo os parlamentares, foi a possibilidade de que médicos das Forças Armadas possam trabalhar também no Sistema Único de Saúde (SUS). A medida está na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 122/2011, que tramita no Senado.

- A presidente entendeu que a PEC contribui com o esforço de garantir mais médicos para atender a população - explicou o líder do PSB, senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).

O calendário especial para a votação da PEC foi aprovado nesta terça-feira em Plenário. Com isso, a matéria deve entrar na pauta já na quarta-feira (7).



06/08/2013

Agência Senado


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