Senadores elogiam resultados da reunião de líderes



As medidas administrativas de emergência decididas na reunião de líderes realizada no início desta tarde foram avaliadas por cinco senadores como uma resposta positiva do Senado às denúncias em voga na imprensa. A liderança do presidente José Sarney (PMDB-MA), que participou pela primeira vez do encontro dos líderes partidários, nesta gestão, foi igualmente elogiada pelos parlamentares.

O primeiro a se pronunciar sobre o assunto foi o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (PSDB-AM). Para ele, a declaração do 1º secretário, Heráclito fortes (DEM-PI), de que vai enxugar a máquina do Senado é o sinal claro de que está a caminho uma modernização na gestão da Casa.

O líder do PSDB voltou a dizer que é a favor de que o número de diretorias volte ao que era em 1994 (algo em torno de sete diretorias e 16 subdiretoras) com os acréscimos naturais devido à criação de órgãos como a TV e a Rádio Senado; a Interlegis, secretaria responsável pela execução do programa modernização e fortalecimento do Poder Legislativo Brasileiro; e a Unilegis, a Universidade do Legislativo.

Outra proposta de Arthur Virgílio é o corte, pela metade, do número de funcionários comissionados - ou seja contratados pelos parlamentares, sem concurso. Atualmente os comissionados chegam a 3 mil. O corte teria de ser feito pela Mesa.

- A máquina do Senado está escandalosamente inchada. Precisamos recuperar a paz para trabalhar e votar medidas para superar a crise econômica - disse Arthur Virgílio.

O senador acrescentou que não tinha a obrigação de saber o que se passava "na seara meramente administrativa", já que tem de estar atento às grandes questões do mandato.

- Suas propostas são muito bem vindas - disse Sarney.

O presidente do Senado agradeceu o apoio dos senadores à disposição de se "separar o joio do trigo" e deixar clara a importância de um quadro de funcionários altamente qualificado dentro do Senado.

- Nem esses servidores, nem a Casa podem ficar expostos a coisas que todos nós lamentamos - concluiu Sarney.

Outro que parabenizou Sarney e Heráclito pelo encaminhamento de soluções para a crise administrativa foi o senador Gim Argelo (PTB-DF). Ele disse acreditar que a Casa será gerida como mais transparência a partir de agora.

O líder do DEM, José Agripino (RN), disse que a reunião desta tarde, sugerida por ele, deu a oportunidade para que os líderes, somados ao presidente do Senado, reagissem à "onda de desprestígio que se abate sobre a Casa". Na opinião de Agripino, as decisões foram tomadas de maneira consensual "para corrigir o que tiver de ser corrigido", seja fruto de equívocos ou de continuísmos.

Para José Agripino é bastante sensata a ideia de se estabelecer um ponto de partida no passado - ele falou em 2001 - para a definição do número de diretorias, com os acréscimos de áreas como a Interlegis, a Unilegis e os órgãos de comunicação.

- Estas são áreas que agregam transparência e inteligência à Casa e precisam ser administradas, e vão ser consideradas na hora do enxugamento a ser proposto pela fundação Getúlio Vargas - observou.

No entender de José Agripino, o Senado teve uma atitude de humildade ao reconhecer erros e resolvê-los sem radicalismos. Ele acrescentou que a resposta da Casa já está permitindo a retomada das votações.

Agripino voltou a pedir que se definam claramente os direitos dos senadores, como a despesas médicas ou cotas de passagens, de modo que não sejam mais criticados pelo que fazem, dentro das normas, como parte do exercício do mandato.

O líder do PMDB, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que Sarney e Heráclito podem contar com o apoio dos líderes num processo de reformulação administrativa para se eliminar gastos desnecessários. Ele acha que a solução dessa crise propiciará a continuidade dos trabalhos da Casa.

- Precisamos pensar nos projetos e não nos projéteis - disse Renan.

O senador Renato Casagrande (PSB-ES) chamou a gestão administrativa do Senado e "pré-histórica" e elogiou a contratação da FGV para o reordenamento dessa área. Conforme o parlamentar, embora as denúncias divulgadas pela imprensa tenham exposto fragilidades do Senado, abriram a oportunidade para que os problemas possam ser saneados de maneira aberta.



24/03/2009

Agência Senado


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