Líderes da Minoria, do PSB e do PDT defendem eleição imediata do novo presidente do Conselho de Ética



O senador Demóstenes Torres (DEM-GO), líder da Minoria, defendeu, em entrevista à imprensa, que os membros do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar se reúnam ainda no final da tarde desta quarta-feira (27) ou no máximo na quinta-feira (28) pela manhã para eleger o novo presidente. Segundo o parlamentar por Goiás, o presidente do colegiado deve, em seguida, anunciar "imediatamente" o nome do novo relator da representação do PSOL contra o presidente do Senado, Renan Calheiros, por quebra de decoro parlamentar. Os líderes do PSB, senador Renato Casagrande (ES), e do PDT, Jefferson Péres (AM), também defenderam a rápida escolha do nome do novo presidente do conselho.

O senador Sibá Machado (PT-AC) renunciou à presidência e também à condição de membro do Conselho de Ética na terça-feira (26). Na opinião de Demóstenes, o vice-presidente do colegiado, senador Adelmir Santana (DEM-DF), que assume interinamente o cargo de presidente, já tem tarefas definidas para a próxima reunião.

- O presidente em exercício tem de mandar fazer a perícia necessária [para comprovar a legalidade das operações comerciais do senador Renan Calheiros com a venda de gado]e convocar imediatamente a nova eleição - afirmou Demóstenes.

Questionado pela imprensa a respeito do relatório do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), que, antes de se licenciar do Senado por motivos de saúde, havia pedido o arquivamento da representação contra Renan por falta de provas, Demóstenes foi enfático ao afirmar que o parecer não é mais válido.

- Quando o Cafeteira foi substituído, o relatório deixou de existir - justificou o senador pelo DEM.

Certo de que o novo presidente do conselho será indicado pelo PMDB ou pelo PT, Demóstenes defendeu os nomes de Eduardo Suplicy (PT-SP) ou Pedro Simon (PMDB-RS) para o cargo, mas sugeriu ainda o do senador Jefferson Péres (PDT-AM).

- Tem de ser um presidente independente e ético, que seja capaz de levar adiante esse processo - afirmou o parlamentar por Goiás.

Também na opinião do líder do PSB, Renato Casagrande,é preciso eleger logo o novo presidente para que o conselho volte a ter estabilidade. O senador afirmou ainda que seu partido não vê nenhum problema na permanência de Adelmir Santana no cargo de presidente do colegiado.

Para o líder do PDT, Jefferson Péres (AM), o Senado está em crise, mas uma "crise muito fácil de ser resolvida".

- Basta que o presidente interino (do conselho) realize todos os atos que pode praticar, e que o PMDB, se quiser realmente que o conselho funcione e que tenha credibilidade,indique os seus melhores nomes para o cargo (de presidente) - afirmou Jefferson.

O senador pelo Amazonas voltou também a defender o afastamento de Renan Calheiros da Presidência do Senado durante as investigações do Conselho de Ética.

O PSOL baseou-se em matéria da revista Veja para protocolar representação contra Renan no Conselho de Ética. A revista publicou matéria na qual sugeria que o presidente do Senado tinha suas contas particulares pagas por um funcionário da empresa Mendes Júnior.

Já o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), que, nomeado relator em substituição a Cafeteira, renunciou ao cargo dois dias depois, afirmou que os membros do Conselho de Ética não estão preparados ainda para votar a representação contra Renan Calheiros. Para ele, a questão é simples, já que a representação do PSOL apenas quer confirmar se Renan tinha condições financeiras para pagar uma pensão alimentícia de R$ 12 mil à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha de três anos, e o aluguel de um imóvel no valor de R$ 4,5 mil.

- Eu quero votar a representação do PSOL, mas o conselho não está preparado para isso.Além disso, existem tantos outros processos mais antigos no conselho, por que não votá-los por ordem de chegada? Por que justamente esse contra o presidente do Senado ? - questionou Wellington.

O parlamentar por Minas Gerais anunciou ainda que na próxima reunião do colegiado vai apresentar um requerimento questionandoalgumas decisões e procedimentos adotados pelo conselho e que, segundo ele, não estariam previstos no Regimento do Senado.



27/06/2007

Agência Senado


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