Limpeza das águas do Pinheiros começa dia 31



Técnicos já começaram a coletar água para testes no rio e na represa Billings

Já está agendado: sexta-feira, 31, a sujeira começa a ser eliminada das águas do Rio Pinheiros, na Capital, com a técnica da flotação. Ao longo de seis meses, uma equipe de especialistas fará uma ampla bateria de testes para avaliar o impacto da ação.

Nesta primeira etapa, estações de flotação serão instaladas ao longo dos últimos cinco quilômetros do Rio Pinheiros. Como suas águas seguem pela Estação Elevatória de Pedreira e depois desembocam na represa Billings, a coleta de amostras para monitoramento deve ser realizada em diversos pontos do sistema. Serão seis na Billings, outros seis no Rio Pinheiros, quatro pontos no reservatório de Guarapiranga e mais um no Rio Tietê.

Na manhã desta quarta-feira, 23, a Secretária Estadual de Saneamento e Energia, Dilma Seli Pena,  acompanhou, na Estação de Flotação de Pedreira, a primeira coleta do material da represa Billings. O trabalho consiste da retirada de amostras de água da Billings a cada quinze dias durante seis meses. Cada uma das mais de 10 mil amostras passará por uma bateria de 195 testes.

“Estamos dando partida no processo de despoluição do Rio Pinheiros. Este é um trabalho de longo prazo porque é necessário um tempo de recuperação da qualidade da água, que é um processo físico-químico natural”, explicou a Secretária.

Nesta semana começou a chamada “coleta branca”, ou seja, os técnicos capturam amostras do sistema sem a interferência da flotação para terem valores de referência. “O trabalho será suspenso se for descumprido o que prevê a legislação, por isso precisamos ter esse acompanhamento bastante detalhado”, lembra a Secretária. No dia 31 começam os testes efetivos, com a aplicação dos polímeros na água para produzir a retirada da sujeira.

Hoje técnicos da Emae começaram a coleta na Billings e o trabalho se inicia no sábado na represa de Guarapiranga. O próprio Rio Pinheiros começou a ser monitorado na quarta-feira. Tão logo os testes sejam concluídos, audiências públicas sejam realizadas e um relatório final seja escrito e aprovado, a flotação será empregada em larga escala ao longo do Rio Pinheiros.

Saúde

A água que passa pelo processo de flotação não traz riscos à população, enfatiza o diretor de Geração da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A.), Antônio Bolognesi. “Após a flotação, a água já pode ser usada para, por exemplo, tomar banhar. Não há nenhum risco, é uma água normal como se fosse uma água de piscina”, diz.

Na flotação, os técnicos adicionam às águas do Pinheiros produtos químicos que farão os poluentes se aglutinarem em pequenos flocos que vão se depositar no fundo do rio. Na seqüência, eles injetam microbolhas de ar que farão esses flocos irem para a superfície. Então, essa sujeira é retirada da água por dragas coletoras.

A técnica já é empregada em diversos pontos do país. O exemplo mais conhecido é o do Piscinão de Ramos, no Rio de Janeiro. Em São Paulo, a praia de Guarujá e o Córrego do Sapateiro, na Capital, contam com o sistema.

Representantes do Ministério Público acompanharam os trabalhos de hoje. “A sociedade pode ficar muito tranqüila porque o Ministério Público teve o cuidado de colocar neste acordo uma cláusula de segurança que prevê a suspensão dos testes caso haja alteração na qualidade da água”, destacou José Eduardo Ismael Lutti, do MP.

Manoel Schlindwein



08/23/2007


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