Lista fechada não beneficia PT, diz Anibal Diniz
Em pronunciamento nesta segunda-feira (16), o senador Anibal Diniz (PT-AC) negou que a proposta de lista fechada defendida pelo Partido dos Trabalhadores seja apenas uma artimanha das lideranças no partido com a intenção de cassar o voto dos eleitores e se perpetuar no poder, conforme afirma matéria publicada na última edição da revista Veja.
Anibal Diniz explicou que todas as propostas aprovadas pela comissão que discute a reforma política no Senado, como a adoção de lista fechada, com alternância de gênero e financiamento publico de campanha, constituem apenas um indicativo a ser submetido à votação em Plenário, que será posteriormente encaminhado para análise da Câmara dos Deputados.
Para o senador, as alterações nas regras eleitorais em vigor irão reforçar as ideologias dos partidos políticos e fazer com que os eleitos tenham mais compromisso com as agremiações, tendo em vista que no modelo atual "a fidelidade praticamente não existe".
O senador disse que a adoção da lista fechada com alternância de gênero e financiamento público de campanha também dará mais equilíbrio à representação das mulheres no Parlamento brasileiro. E argumentou que as mulheres representam mais de 50% da população, embora o Brasil registre hoje o segundo pior desempenho de mulheres na política entre os países latinoamericanos, superando apenas o Paraguai.
O parlamentar disse ainda que o financiamento público de campanha "só tem razão de ser" com a adoção da lista fechada por cada partido, evitando competições, uma vez que, no modelo atual, os candidatos disputam entre si mesmo pertencendo a uma mesma sigla, contrariando a lógica eleitoral.
Anibal Diniz ressaltou ainda que todas as sugestões oriundas das comissões serão devidamente avaliadas com seriedade pelo Senado. Em sua avaliação, "não compete à Veja dizer que PT dá o tom e as regras no Parlamento", já que os partidos na Casa têm idéias divergentes em relação à reforma política.
Segundo o senador, não faz sentido afirmar que a lista fechada vai instituir mandatos vitalícios das lideranças do PT, uma vez que, aprovada a regra, também será definido o número máximo de mandatos que cada candidato poderá disputar. Com a norma, os partidos irão escolher o que têm "liderança e representatividade", afirmou.
Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que a lista fechada precisa ser acompanhada de sistemática que favoreça a escolha dos melhores indicados pelos eleitores. Suplicy destacou ainda que proposta de emenda constitucional de sua autoria propõe que todos os partidos realizem prévias antes das eleições para a escolha de seus candidatos proporcionais e ao Executivo.
16/05/2011
Agência Senado
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