Livro didático produzido pelos marajós retrata cultura local



Um projeto financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) resultou na criação de um livro didático que leva à população do Marajó, dos Campos e do Marajó das Florestas, no Pará, o conhecimento histórico e arqueológico do lugar onde vivem.

A partir do projeto popularização do conhecimento sobre a história e a arqueologia da ilha de Marajó, Denise Pahl Schaan, Agenor Sarraf Pacheco e Jane Felipe Beltrão organizaram o livro Remando por Campos e Florestas: Memórias & Paisagens dos Marajós.

Desenvolvido nos anos de 2008 e 2009, o projeto teve a participação de 24 professores marajoaras, que por estarem presentes na sala de aula das escolas “marajós”, compreendem mais claramente a cultura local. O projeto tem como objetivo incentivar a valorização do patrimônio cultural e sensibilizar as comunidades para a necessidade de sua proteção e preservação.

O Marajó está entre os mais importantes cenários ecológicos do Brasil. Com cerca de três mil ilhas e ilhotas é o maior arquipélago flúvio-marítimo do planeta, além de ser área de proteção ambiental (APA). Concentra uma exuberante riqueza natural espalhada em cerca de 50 mil km² da principal ilha, Marajó.

Segundo a professora da Universidade Federal do Pará (UFPA) e responsável pelo projeto, Denise Schaan, os livros didáticos distribuídos hoje nas escolas não se diferenciam de acordo com a regionalidade e as diferentes culturas existentes no Brasil. “Geralmente os livros didáticos são produzidos massivamente para adoção em escolas de todo o País, sem haver espaço para as diferenças regionais e as necessidades locais”, disse.


Processo

Em um primeiro momento, um curso de educação continuada para professores pesquisadores foi ministrado nos polos de Breves e Soure. Em seguida, os professores com orientações sobre pesquisa local e trabalhos com narrativas orais, fizeram levantamentos procurando registrar por meio de entrevistas, desenhos e trabalhos didáticos com seus alunos, memórias de artefatos arqueológicos, bens públicos, histórias de viveres, saberes e fazeres da localidade. Ainda na segunda fase, o professor Agenor Sarraf viajou para alguns municípios com a finalidade de acompanhar e orientar o desenvolvimento da pesquisa, visando à organização do material coletado para ser utilizado na terceira fase.

A última fase ocorreu em Belém, numa oficina de produção textual, onde os professores escreveram os textos, explorando o conteúdo oral, escrito e visual da pesquisa, além da apresentação de um roteiro de atividades como sugestão para professores e alunos explorarem o material confeccionado em sala de aula.

O livro Remando por Campos e Florestas: Memórias & Paisagens dos Marajós será distribuído para os autores e secretarias municipais de educação do arquipélago e está disponível para ser baixado pela internet.

 

Fonte:
CNPq



09/09/2011 12:29


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