LOBÃO ALERTA PARA MÁ UTILIZAÇÃO DO LIXO
Falando hoje (28) sobre o desequilíbrio ecológico resultante da má utilização do lixo, o senador Edison Lobão (PFL-MA) alertou para os danos que pode causar à qualidade de vida das populações, sobretudo a do Brasil, ainda pouco preocupada com o assunto. "O lixo e suas conseqüências exterminam mais vidas humanas que muitas outras desgraças que envolvem o mundo", advertiu o parlamentar, lembrando o potencial econômico e a lucratividade que o aproveitamento do lixo pode propiciar.Ele informou que o lixo dos centros urbanos brasileiros chega a 100 mil toneladas diárias, das quais 60% de matéria orgânica. Lobão explicou que, se fosse recuperado, esse lixo resultaria numa economia de US$ 4,6 bilhões, pois permitiria a reciclagem de 23 mil toneladas de compostos orgânicos, 15 mil toneladas de papel e papelão, 5,5 mil toneladas de plástico firme, 5 mil toneladas de plástico duro, 4,5 mil toneladas de metais ferrosos, 3 mil toneladas de vidro e mil toneladas de metais não ferrosos. No seu entender, a incompreensão sobre os resíduos é ainda um problema grave e a seriedade desse assunto ainda não foi avaliada, apesar de o problema suscitar preocupações internacionais. Conforme Lobão, no resto do mundo também ainda não foram implementadas providências que dêem uma solução definitiva para os resíduos sólidos, os quais vêm estorvando crescentemente a qualidade de vida.- Sabe-se que há um grave comprometimento da saúde pública nos países em desenvolvimento, onde menos de 10% dos resíduos urbanos são objeto de algum tratamento, que nem sempre é feito dentro das normas recomendadas - afirmou o parlamentar.Ele também considerou fundamental que se estendam às populações pobres os serviços de coleta e tratamento de resíduos, cuja ausência é responsável por doenças que ainda provocam a morte, anualmente, de cerca de cinco milhões de pessoas no mundo, entre as quais quatro milhões de crianças. Na opinião de Edison Lobão, uma lei federal seria pertinente para dar um direcionamento ecologicamente correto ao assunto, embora não se possam estabelecer padrões rígidos, pois acabariam por não funcionar. Ele mencionou números do IBGE, segundo os quais os brasileiros produzem 32,8 milhões de toneladas de lixo por ano, sendo que, desse total, apenas 23% passam por alguma forma de tratamento.
28/10/1998
Agência Senado
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