LOBÃO APELA PELA APROVAÇÃO DO PROJETO QUE CRIA PRÊMIO ULYSSES GUIMARÃES



O senador Edison Lobão (PFL-MA) apelou nesta segunda-feira (dia 5) ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, para que faça aprovar, "sem maiores delongas", o projeto de resolução que institui o Prêmio Ulysses Guimarães do Mérito Democrático, "que está parado nas gavetas empoeiradas e bolorentas da Câmara dos Deputados desde abril de 1997".
- Se o brasileiro soubesse cultuar a memória nacional e aqui tivéssemos um panteão dedicado aos pró-homens da República brasileira, Ulysses Guimarães ali estaria no monumento destinado a perpetuar a memória dos que, em todas as gerações, tanto serviram ao nosso país - afirmou o senador.
Lobão lembrou a carreira política e o papel determinante de Ulysses Guimarães como presidente da Assembléia Nacional Constituinte de 1988, da qual resultou o que ele chamou de "Constituição Cidadã". Em aparte, a senadora Heloísa Helena (PT-AL) lembrou que muitos dos atuais militantes dos partidos de esquerda iniciaram suas vidas públicas no antigo MDB. Heloísa Helena apoiou o apelo de Lobão e disse ser impossível imaginar que exista algum entrave político para aprovar essa proposta. "Mesmo diante das divergências políticas, não se pode ignorar o papel de determinadas figuras na história política brasileira", afirmou a senadora.
O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) comparou Lobão ao Papa João Paulo II, que esteve recentemente no Oriente Médio como um pacificador. Segundo Casildo, Lobão atua como um pacificador ao conclamar o Senado, a Câmara dos Deputados e o Brasil para que o projeto tenha andamento, e ao colocar Ulysses Guimarães como símbolo de paz entre os partidos políticos.
O senador Bernardo Cabral (PFL-AM) lembrou que conviveu com Ulysses Guimarães na Câmara dos Deputados, quando participou da Comissão do Código Civil, e ressaltou que, quando foi cassado pelo regime militar, Ulysses foi o primeiro a prestar-lhe solidariedade. Cabral lembrou também de discurso do presidente da Constituinte quando se dizia que a Constituição tornaria o país ingovernável. "Eu estava na reunião em que Ulysses redigiu o discurso em que disse a célebre frase: "Nós viemos aqui para escrever uma Constituição e não para ter medo"", recordou Cabral. O senador ainda lamentou não ter sido ele o autor da reclamação feita por Lobão.

05/06/2000

Agência Senado


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