LOBÃO PEDE QUE SE PRESERVE A ESTABILIDADE ECONÔMICA



"Não podemos decepcionar o povo brasileiro; é preciso manter as conquistas da estabilização", pregou hoje o senador Edison Lobão (PFL-MA), ao sustentar que é hora de o Legislativo mostrar capacidade de liderança e de estar à altura do desafio econômico enfrentado pelo Brasil. Embora ressalvando que esse distúrbio não é brasileiro, porém mundial, exigindo providências e sacrifícios de todos os países, Lobão disse que, solidário ao presidente da República e ao país, o Congresso contribuirá para sanar a crise.- O Brasil, com renovada urgência imposta pela crise internacional, está diante de um grande desafio - o desafio do equilíbrio fiscal. Atingir o equilíbrio fiscal é assegurar a saúde futura de nosso desenvolvimento, é saber impor austeridade e contenção de gastos - pregou o parlamentar. Em sua opinião, o Brasil não pode mais contar com capital volátil internacional para equilibrar as contas externas, e atingir o equilíbrio fiscal é assegurar a saúde futura do nosso desenvolvimento. Referindo-se ao caminho apontado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para enfrentar a crise, Lobão disse que para o Brasil tornar-se independente dos capitais especulativos e manter a vitória sobre a inflação, serão necessários sacrifícios transitórios concernentes a um rigoroso ajuste fiscal. Ele explicou que esse ajuste deve ser exigido da União, estados e municípios, Executivo, Judiciário, Legislativo e sociedade organizada, porque "todos têm de se compenetrar do momento delicado e especial que vivemos e contribuir para o esforço conjunto". Para o parlamentar, o Legislativo deve ter um papel central nesse esforço, pois é desse poder que se espera o decisivo apoio para a conclusão das reformas em andamento.O senador está convencido de que, como já fez anteriormente, o Senado ajudará o governo a sanar essa crise, e sustentou que "um vigoroso combate ao déficit público é não só indispensável, como tornou-se inadiável, diante da profunda crise de desconfiança que acometeu os agentes econômicos, tanto externos como internos". - Os agentes econômicos nutrem agora fortes suspeitas, diante de um déficit público de 7% do PIB, que ameaça tornar o poder público inadimplente, as finanças públicas desarvoradas e desorganizadas; e a volta da inflação uma possibilidade atemorizante - afirmou o senador. Em aparte, o senador Lauro Campos (PT-DF) disse que a potencialidade da atual crise econômica vai fazer com que ela se revele muito mais abrangente que a de 1929. Em sua opinião, a economia keynesiana entrou em crise e a situação brasileira é a de um país que inviabilizou qualquer tipo de investimento produtivo.Josaphat Marinho também aparteou para afirmar que o discurso feito pelo presidente Fernando Henrique Cardoso antes da eleição não valeu como indicação precisa das providências necessárias para a solução da crise. Ela lamentou que o presidente tenha "ficado nas generalidades", em vez de anunciar medidas concretas. Edison Lobão respondeu afirmando que "pior que não tomar medida nenhuma é tomar medidas erradas, daí as cautelas que o presidente da República tem tido".

06/10/1998

Agência Senado


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