LOBÃO REBATE ACUSAÇÕES DE CLINTON E PEDE MAIS AJUDA DE PAÍSES DESENVOLVIDOS



Inspirado pelo relatório "Situação Mundial da Infância 2000", divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o senador Edison Lobão (PFL-MA) rebateu nesta terça-feira (dia 14) acusação do presidente norte americano, Bill Clinton, de que o Brasil explora o trabalho infantil, lembrando que as exportações brasileiras têm sido gravemente prejudicadas pelos obstáculos que os países desenvolvidos antepõem aos produtos brasileiros. Segundo Lobão, Clinton tem condições de conter "os fantásticos subsídios e as abusivas legislações que - nos países onde, segundo ele, não se explora o trabalho infantil - estorvam, impedem e proíbem a compra dos produtos brasileiros, embora muitas vezes exijam que não lhes correspondamos com a reciprocidade".
- Não podemos nem queremos esconder que, entre nós, realmente faltam creches, falta saneamento básico, faltam habitações, faltam salas de aula, falta a qualificação dos professores, mas nenhum desses problemas pode ser atribuído à negligência ou à incúria do brasileiro, sabidamente um povo criativo e trabalhador. A responsabilidade das nossas falhas reside principalmente nas dificuldades que os chamados países desenvolvidos antepõem à livre circulação do que produzimos - avaliou o senador.
Para Lobão, chegou a hora dos países desenvolvidos acordarem para esta realidade. "Não pensem eles que se encontram ilhados num pedaço deste planeta. As suas "ilhas do paraíso" já sofrem, e sofrerão velozmente cada vez mais, as repercussões da pobreza que os cercam. Não poderão mantê-las ilesas e isoladas, cercadas pelos bolsões mundiais da pobreza e da miséria. Está em suas mãos a renovação para um mundo mais igualitário e feliz", alertou.
O senador defendeu a abertura das fronteiras desses países para os produtos brasileiros e o abandono da estratégia de vencer os problemas de desemprego com o desemprego no Brasil ou de comporem a poupança dos países desenvolvidos com a poupança brasileira. Lobão ressaltou ainda que o relatório do Unicef reconhece, com elogios, o que já foi realizado pelo Brasil. "Nos últimos 10 anos, o Brasil erradicou a poliomielite, aprovou o Estatuto da Criança e do Adolescente e reduziu a mortalidade infantil de 47,8 para 26,1 mortes em cada mil nascimentos", lembrou o senador.

14/12/1999

Agência Senado


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