LUCENA DEFENDIA REFORMA TRIBUTÁRIA



O senador Humberto Lucena (PMDB-PB) foi sempre um dos mais atuantes no plenário. Em seu último discurso, dia 10 de fevereiro deste ano, ao anunciar seu voto favorável - embora com ressalvas - à reforma administrativa, o senador lamentou que a lentidão da tramitação da reforma tributária. Para ele, uma reforma fiscal seria muito mais importante para sanear as contas públicas.

Na ocasião, o senador posicionou-se contrariamente à quebra da estabilidade. Para ele, a estabilidade não era um privilégio, mas uma garantia. Quanto à reforma tributária, considerava a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) e do Fundo de Estabilização Fiscal (FEF) como "artifícios" nocivos às finanças públicas.

Ao mesmo tempo em que defendia as reformas, Lucena não se esquecia de outros grandes temas em discussão no país. Já em meados do ano passado, quando a dengue ainda não se tornara uma epidemia de grandes proporções, reclamava da pouca quantidade de dinheiro liberada pelo governo federal.

- Se não houver uma intensificação da luta contra a dengue, que ataca as camadas mais pobres da população, a doença pode se alastrar como uma epidemia no país - vaticinou.

A problemática da seca também foi um tema constante de Lucena. No final do ano passado, pedia um crédito especial para as vítimas da seca na Paraíba, Rio Grande do Norte e do Ceará. Desde o início de 1997, porém, reclamava do governo federal a continuidade do projeto de transposição de águas do rio São Francisco. Segundo ele, esta obra daria "água de beber aos nordestinos".

Em um de seus últimos pronunciamentos, Lucena pregava a união do país como única forma eficaz de se sair da crise. O senador defendia um acordo com o Fundo Monetário Internacional(FMI) para espantar a crise econômica que começara no sudeste asiático, e questionava a vulnerabilidade da economia brasileira.

- Até quando poderá o Banco Central ser capaz de vender até 30 bilhões de dólares de suas reservas para conter os próximos ataques? Até quando o presidente do Banco Central poderá usar o "estoque de maldades", como o aumento terrível da taxa básica de juro, sem maiores explosões econômicas, sociais e políticas? - perguntava no final do ano passado.

13/04/1998

Agência Senado


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