LÚCIO ALCÂNTARA DIZ QUE TURISMO EXIGE ATAQUE A PROBLEMAS ESTRUTURAIS DO PAÍS



Sem um esforço no sentido de resolver os problemas estruturais do país, o Brasil não realizará sua vocação turística, continuando à margem de um negócio que movimenta, mundialmente, mais de US$ 423 bilhões, alertou hoje (dia 5) o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE). Conforme dados da Organização Mundial de Viagem e Turismo, sediada em Londres, o setor de turismo representa 10,7% do produto bruto mundial, acrescentou.

Ao comparar a situação do turismo nacional com a de países em que ele é uma indústria de ponta, o senador enfatizou que, para 2 milhões de turistas que vieram ao Brasil em 1996, a França recebeu 62 milhões e os Estados Unidos, 45 milhões. "Enquanto ao Brasil coube uma arrecadação de cerca de US$ 2,5 bilhões, a França embolsou 28,2 bilhões e os EUA, 64,3 bilhões", observou.

Em 1996, segundo Alcântara, o governo federal consolidou, através da Embratur, documento com quatro macroestratégias de desenvolvimento da Política Nacional de Turismo para o quadriênio 96/99. As propostas de promover a atividade mediante parceria entre o governo e a iniciativa privada, de implantar infra-estrutura básica adequada, qualificar profissionais para o setor e descentralizar a gestão do turismo, fortalecendo a participação de estados e municípios, são "válidas, quase óbvias", considerou o senador.

- Mas como fazer do turismo no Brasil um grande negócio, se os turistas são assaltados no bondinho do Corcovado, um dos mais conhecidos pontos turísticos do mundo? - questionou.

Além do impacto negativo da criminalidade, Lúcio Alcântara apontou também, como fatores que não beneficiam o desenvolvimento turístico, as altas tarifas aéreas praticadas no país, o transporte terrestre de má qualidade e a rede hoteleira excessivamente cara ou de má qualidade.



05/03/1998

Agência Senado


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