Problemas estruturais do país contribuem para inflação, diz Ana Amélia
A senadora Ana Amélia (PP-RS) mostrou preocupação, em discurso nesta quarta-feira (10), com o crescimento da inflação, apontado pela alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado pela manhã. O IPCA acumula alta de 6,59% nos últimos 12 meses, sendo 1,94% de janeiro a março último. A senadora explicou que os dados preocupam porque é a primeira vez desde dezembro de 2011 que o IPCA supera a meta de inflação estabelecida pelo Banco Central, que era de 6,50%.
- O governo tentou controlar a inflação até determinado ponto, mas não conseguiu atingir o objetivo como imaginava – disse a senadora.
Ana Amélia reconheceu que não há risco de o IPCA atingir os níveis a que chegou na década de 90, quando alcançou 2.477%. Mas ressaltou que o sinal amarelo "é um alerta”. Ela assinalou qu os dados divulgados nesta quarta mostram que a inflação está subindo, mesmo que lentamente – fato que afeta não apenas o crescimento econômico do país, mas também cria problemas para os consumidores, que passam a ter vida mais difícil e mais cara.
A elevação de preços, enfatizou Ana Amélia, funciona como um ciclo vicioso que, quando iniciado, se distribui pela economia como um “vírus difícil de controlar”. Começa pelos alimentos, a partir deles amplia os custos do aluguel, da moradia e de outros produtos e serviços, chegando até às atividades industrial e agrícola.
Ana Amélia argumentou, no entanto, que o tomate – que registrou aumento de preço de 122,13% nos últimos 12 meses – não é o vilão da inflação desta vez. Outros alimentos também apresentaram alta, como batata inglesa, cebola, açaí e cenoura. A seca que prejudica o Nordeste e as chuvas na Região Sul também afetaram o feijão, que dobrou de preço no último ano.
- Os alimentos não são os vilões da inflação. Os projetos de infraestrutura que não saíram do papel, as dificuldades de gestão do poder público e os investimentos do setor privados que não foram feitos têm mais relação com a inflação do que o coitado do tomate. É preciso pensar no crescimento econômico futuro do país – defendeu.
Avicultura
Ana Amélia também citou projeto de lei de sua autoria, o PLS 330/2011, que dispõe sobre a parceria de produção integrada agropecuária, como um caminho para baixar os custos da produção agrícola no país. Para a senadora, é inaceitável que um país de potencial agrícola como o Brasil gaste mais para produzir frango e soja do que os Estados Unidos.
Seu projeto, já aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e em análise na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), regula a produção integrada, que divide os processos de produção entre agroindústria e produtor rural, barateando os custos finais.
10/04/2013
Agência Senado
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