Lúcio Alcântara: violência custa ao país R$ 18 bilhões em hospitais, segurança e previdência



Além da dor e do sofrimento, a violência tem um "custo econômico" que pode chegar neste ano a 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB), algo em torno de R$ 18 bilhões destinados a atendimento médico público, benefícios previdenciários e segurança, afirmou nesta terça-feira (6) em discurso o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE). Ele comentou reportagem publicada nesta segunda-feira (5) pelo jornal Folha de S. Paulo , segundo a qual os gastos hospitalares públicos aumentaram 24% nos últimos quatro anos por conta do atendimento a acidentados e agredidos.

Lúcio Alcântara leu trechos da reportagem, que cita estudos da Fundação Getúlio Vargas e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) sobre o problema. A FGV chegou ao custo de R$ 18 bilhões com atendimento hospitalar, gastos previdenciários e segurança. Entretanto, na avaliação dos pesquisadores do BID, o gasto total brasileiro pode bater em 10,5% do PIB (cerca de R$ 34 bilhões), se consideradas as despesas com tratamentos de saúde e seguros; prejuízos materiais e humanos devidos a acidentes; e perdas eminentemente econômicas como aquelas decorrentes de queda na produção.

- Esses 10,5% são um custo econômico extremamente alto, levando em consideração que a Colômbia, que vive quase em guerra civil, tem este gasto calculado em 24% do seu PIB, conforme o Banco Interamericano de Desenvolvimento - opinou o senador.

Conforme Lúcio Alcântara, parece haver um certo atraso nas medidas do governo para conter a violência no país.

- De vez em quando há um ciclo de anúncio de boas medidas, mas elas demoram a ser implantadas ou às vezes são esquecidas - lamentou o senador.

De acordo com o parlamentar, o governo nega haver morosidade em sua ação contra a explosão da violência urbana verificada a partir de 1997, tida como mais devastadora que as doenças do coração. O governo cita como medidas de repercussão nesta área o novo Código de Trânsito Brasileiro, o Plano Nacional de Segurança Pública e a ação do Gabinete de Segurança Institucional em áreas de risco das regiões metropolitanas. Para ele, no entanto, o certo que tudo o que foi feito até agora pelos governos "tem sido insuficiente" para reduzir a violência no país.

06/11/2001

Agência Senado


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