LÚCIO ALCÂNTARA QUER DEBATE SOBRE CORREIO ELETRÔNICO



O senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) quer que o Senado fomente debates na sociedades sobre problemas que vêm surgindo com o uso cada vez mais freqüente do correio eletrônico. Alcântara informou não ter ainda conclusões sobre o assunto, mas disse acreditar que não se trata de uma questão normativa. Para ele, o Senado deve agir como fórum de discussão para elaboração de uma nova ética nas comunicações por meio eletrônico. Calcula-se que em 1999 foram trocadas 600 milhões de mensagens eletrônicas em todo o mundo.

Entre os principais problemas enfrentados pelos usuários, o senador destacou a venda de e-mails em malas diretas para comércio eletrônico sem autorização do dono. Já existem no Congresso três projetos penalizando o uso indevido do correio eletrônico, mas para Alcântara, o caminho deve ser a auto-regulamentação. O senador acredita ser necessário encontra padrões éticos que garantam a privacidade sem inviabilizar o uso do e-mail para campanhas publicitárias - uma vez que uma campanha na Internet custa 10% do valor de uma campanha tradicional e traz resposta de até 40% contra 0,5% do retorno em cartas tradicionais.

O senador se preocupa também com casos de invasão de privacidade. A Constituição garante a inviolabilidade do sigilo da correspondência, mas muitas grandes corporações estabelecem controles ou espionagem sobre as mensagens trocadas por seus empregados. "O correio eletrônico equivale a uma caixa postal privada, acessada por senha", disse.

Há estimativas de que nove entre cada dez usuários de correio eletrônico recebem semanalmente pelo menos uma mensagem considerada indesejada, como anúncios comerciais, correntes eletrônicas, pedidos de ajuda a supostas crianças doentes, vírus e mensagens com conteúdos pornográficos. Outro problema apontado pelo senador decorrente do uso do correio eletrônico é o empobrecimento da linguagem escrita, a partir do surgimento de uma nova linguagem criada nas salas de bate-papo com o objetivo de tornar a escrita mais ágil.

04/12/2000

Agência Senado


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