LÚDIO COELHO PROPÕE PARCELAMENTO DAS DÍVIDAS DOS AGRICULTORES



O governo deveria negociar com os agricultores em dificuldades, parcelando suas dívidas até o valor de R$ 500 mil e examinando os demais casos individualmente. O apelo foi feito nesta sexta-feira (dia 20) pelo senador Lúdio Coelho (PSDB-MS), durante discurso no plenário. O senador manifestou sua preocupação com o problema vivido pelos agricultores, que vieram em marcha de protesto até Brasília, e pediu mais sensibilidade por parte do governo.- Se não encontrarmos uma solução viável para esse problema, vamos acentuar a transferência de mais agricultores para as cidades e outras pessoas, despreparadas, vão assumir a agricultura. Estou preocupado, a Nação está sem rumo e passamos por um período de grandes incertezas, sem perspectivas de crescimento do Produto Interno Bruto - alertou.Nos países europeus e nos Estados Unidos, segundo o senador do PSDB, os governos concedem subsídios à agricultura, infra-estrutura para o escoamento da produção, financiamentos viáveis e menos encargos. Já no Brasil, observou, "quem trabalha na agricultura é um herói, pois o país não possui quase ferrovias nem infra-estrutura nas rodovias e pratica os juros mais violentos do mundo".O senador não acredita que, entre os agricultores que protestam contra o governo, haja casos de desvios de financiamento. Ele afirmou que essas operações são feitas por instituições como o Banco do Brasil, BNDES e Banco do Nordeste, "que têm estrutura competente para evitar desvios de financiamento".Em aparte, o senador Jefferson Péres (PDT-AM) disse que a questão dos agricultores é "emblemática e mostra como o governo é triunfalista". O governo, acrescentou, comemorou há um tempo o novo recorde da safra agrícola, "mas ignorou que esse recorde estava sendo conseguido em cima de produtores quase falidos". Péres também criticou a imprensa, por confundir, segundo ele, os agricultores com simples latifundiários.A solução, destacou o senador do Amazonas, não é simplesmente o perdão da dívida dos agricultores. Na opinião de Péres, entretanto, não se pode tratá-los como caloteiros. - É preciso buscar um consenso, separar o joio do trigo e dar tratamento justo para o problema - disse.Para Lúdio Coelho, a grande imprensa trata os ruralistas "como se a maioria fosse desonesta". E o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, acrescentou, fortaleceu a idéia de que somente no setor agrícola e pecuário não pode haver grandes proprietários.- Não se pode ser grande proprietário, pois esse é logo considerado caloteiro -criticou Lúdio Coelho.Leomar Quintanilha (PPB-TO) aparteou o discurso para dizer que muitos dos sem-terra assentados no campo não têm qualquer aptidão para a agricultura. - A agricultura não pode ser tratada como uma atividade econômica qualquer, é uma atividade especial, que produz o alimento de que precisamos - disse.

20/08/1999

Agência Senado


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