Luiz Antônio e Darci Vedoin serão ouvidos na terça-feira
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado interrogará na próxima terça-feira (5) os donos da empresa Planam, Luiz Antônio e Darci Vedoin, e o parceiro deles, Ronildo Medeiros, sobre o eventual envolvimento de três senadores com a máfia das ambulâncias. A decisão foi anunciada nesta terça-feira (29) pelo presidente do conselho, João Alberto Souza (PMDB-MA), depois de conversar com Jefferson Péres (PDT-AM), Demóstenes Torres (PFL-GO) e Paulo Octávio (PFL-DF), respectivamente relatores dos processos contra Ney Suassuna (PMDB-PB), Magno Malta (PL-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MT).
- O interrogatório em princípio será aberto e começará na terça, mas poderá ser estendido até a quarta, se houver necessidade - antecipou João Alberto, explicando que Luiz Antônio e seu pai Darci são os principais empresários do esquema, além de terem fornecido a maior parte das informações sobre o caso à Justiça e à Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPI) dos Sanguessugas.
Para a quarta-feira (6), estão programados os depoimentos do presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), e do deputado Lino Rossi (PP-MT). O primeiro vai falar sobre as acusações a Suassuna, que apresentou mais três testemunhas. A principal testemunha a ser inquirida em relação a Ney Suassuna é seu assessor Marcelo Cardoso Carvalho, outro suposto testa-de-ferro para o recebimento de propinas. Já Rossi será inquirido sobre o suposto empréstimo a Magno Malta de um carro pertencente à Planam. O deputado enviou carta ao conselho inocentando Malta, mas será ouvido assim mesmo.
Em data ainda não marcada, será interrogado o genro de Serys, Paulo Roberto Ribeiro, na conta de quem a Planam teria depositado dinheiro como pagamento de propina por emenda apresentada pela parlamentar prevendo a compra de ambulâncias por prefeituras de Mato Grosso.
João Alberto explicou que o conselho não tem poder de convocar os depoentes, mas que se algum recusar o "convite", a votação de um requerimento de convocação pelo Plenário resolverá o problema.
Voto aberto
O Jefferson Péres se disse favorável ao voto aberto no caso de os processos contra os senadores chegarem ao Plenário do Senado, embora esteja pessimista em relação à aprovação em tempo hábil da emenda constitucional que põe fim ao voto secreto. O senador, ressaltou, entretanto, que é cedo para avaliar se os três senadores são culpados ou não. Já Demóstenes recomendou a Malta que "não cante de galo". O senador pelo Espírito Santo teria dito que sua absolvição "está fácil".29/08/2006
Agência Senado
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