LUIZ ESTEVÃO: PREJUÍZOS PÚBLICOS X LUCROS PRIVADOS



Numa lógica perversa, os prejuízos decorrentes do socorro prestado pelo Banco Central aos bancos Marka e Fonte/Cidam foram distribuídos entre todos os contribuintes, enquanto os lucros - apesar das declarações em contrário do diretor do Marka - foram apropriados privadamente, disse nesta segunda-feira (dia 29) o senador Luiz Estevão (PMDB-DF). Por que o Banco Central os socorreu com uma "doação inacreditável"?, perguntou, dizendo que o país só terá uma resposta após investigação sobre que investidores lucraram com a operação.Luiz Estevão destacou entrevista divulgada no fim de semana em que o diretor do banco Marka defendeu o socorro prestado pelo Banco Central com o argumento de o governo, tanto na campanha eleitoral como no acordo firmado com o FMI, comprometeu-se a não desvalorizar o real. O diretor teria acreditado nisso de boa fé, continuou o senador, de modo que era mais do que razoável o socorro que evitou a quebra imediata do banco.- Muito mais gente acreditou nisso. Muitos pequenos e médios empresários, acreditando na manutenção da taxa de câmbio, foram aos bancos, fizeram contratos de leasing, e ninguém os socorreu. Além disso, cerca de 200 mil brasileiros compraram carros econômicos acreditando na política do governo e agora vão ter que praticamente pagar dois carros. Ninguém os socorreu - disse.Na mesma entrevista, o diretor do Marka afirmou "ter perdido tudo", mas a verdade é que, com o socorro, os bens pessoais de toda a diretoria não foram colocados em indisponibilidade, acrescentou o senador.Luiz Estevão ressaltou que, após quatro anos como oposição na Câmara Distrital, em que exerceu fiscalização permanente sobre os atos do governo do Distrito Federal, "ficaria inconformado" se o Senado não investigasse essa socialização dos prejuízos promovida pelo Banco Central.

29/03/1999

Agência Senado


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