Luiz Otavio discorda do envio de força brasileira ao Oriente Médio
O senador Luiz Otávio (PPB-PA) afirmou da tribuna que discorda da idéia manifestada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso de que soldados brasileiros integrem uma força internacional de paz que poderá ser enviada ao Oriente Médio, caso israelenses e palestinos concordem. Para o senador, não existem motivos que justifiquem a presença de tropas brasileiras no Oriente Médio.
No entendimento do senador pelo Pará, o Brasil poderá cooperar numa campanha diplomática internacional, mostrando que a convivência pacífica entre judeus é árabes é possível, como acontece no território brasileiro, especialmente em São Paulo.
- Esta violência nos territórios ocupados por Israel me deixa desconfortável e perplexo. Qual será o fim de tudo isto? Será que isolar e humilhar Yasser Arafat, que está em um prédio sem água, luz ou telefone, levará à paz? - indagou o senador.
Em aparte, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) sustentou que não será pela violência que a paz chegará ao Oriente Médio, ponderando que o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharom, vem agindo contra os palestinos como os nazistas agiram contra os judeus. Requião criticou a postura dos Estados Unidos, que se omitem até mesmo ante a decisão da ONU determinando a Israel a retirada dos territórios ocupados. Depois de lembrar os bombardeios dos Estados Unidos contra o Afeganistão, Requião afirmou que "hoje são os palestinos que sofrem por causa da posição dos Estados Unidos; amanhã poderemos ser nós".
Por sua vez, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) se manifestou impressionado com a passividade norte-americana em relação ao conflito no Oriente Médio. Ele considerou lamentável que a decisão do conselho de segurança da ONU não seja obedecida.
- Aliás, as decisões da ONU são cumpridas ou não dependendo do interesse dos Estados Unidos. Parece que o americanos não têm interesse na paz no Oriente Médio. Na verdade, parece que eles querem mesmo é uma nova guerra, desta vez contra o Iraque - disse o senador.
Simon afirmou que vem ocorrendo nos territórios palestinos "um verdadeiro extermínio" e considerou firme a nota do governo brasileiro, emitida no final de semana, condenando os massacres recomendando uma solução negociada.
01/04/2002
Agência Senado
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