Luiz Otávio diz que não aceitará pólo siderúrgico da Vale fora do Pará



O senador Luiz Otávio (PMDB-PA) afirmou em Plenário, nesta sexta-feira (21), que, em nenhuma hipótese, apoiará a implantação, pela Companhia Vale do Rio Doce, de um pólo siderúrgico fora do Pará. O parlamentar referia-se às informações de que o pólo será criado no Maranhão. Segundo o senador, a escolha do Pará como um dos pólos industriais da companhia é uma questão de justiça e uma demonstração de que existe uma efetiva parceira entre a empresa e o estado.

- Unidades de beneficiamento industrial representam investimentos significativos, que podem impulsionar o progresso de uma unidade da Federação, e o Pará não gostaria de ser preterido nos planos da Vale do Rio Doce, que extrai em nosso estado os minérios que irão alimentar tais unidades - afirmou Luiz Otávio.

O senador lembrou que no Pará estão situadas as maiores jazidas minerais exploradas pela companhia, das quais são extraídas milhões de toneladas anuais de minérios, como o ferro, o cobre e o ouro, tanto para o mercado interno como para o internacional. Os paraenses, acrescentou, estão preocupados com a notícia de que o planejamento estratégico da Vale não contempla o Pará, senão de forma secundária.

- A Vale possui interesses estratégicos no Pará, no que se refere a suas fontes minerais, e tal cenário deve representar uma clara necessidade de parceria e contrapartidas aos paraenses, quando de seus planos de construção de unidades de beneficiamento, reservando também ao estado uma parcela do valor agregado que tais unidades representam - sustentou Luiz Otávio.

O senador afirmou que os estudos técnicos da Vale indicando a implantação do pólo no Maranhão não levaram em conta aspectos fiscais, ambientais e de segurança. Disse ainda que a Vale não tem mais a garantia de ser do governo, e que por isso não será mais defendida pelo Exército, nos conflitos relacionados às invasões de terra e nos que envolvem garimpeiros e índios. Acrescentou que o estado do Pará tem garantido a Vale e mantido a paz na região.

Luiz Otávio anunciou que, nos próximos dias, o governador do Pará, Simão Jatene, e o presidente da Vale, Roger Agnelli, deverão reunir-se para discutir o assunto. E pediu a transcrição, nos Anais do Senado, de editorial do jornal O Liberal sobre o tema, em que é dito que, -sem o Pará, a Vale de nada valeria-.

Em apartes, Gerson Camata (PMDB-ES), Duciomar Costa (PTB-PA) e Sibá Machado (PT-AC) apoiaram o discurso de Luiz Otávio. Alberto Silva (PMDB-PI) falou sobre a exportação da soja produzida no Piauí, e Edison Lobão (PFL-MA) afirmou que a escolha do Maranhão para sede do pólo resultaria de estudo técnico. Lobão garantiu que a força política do Maranhão não será usada contra os interesses do Pará, em resposta a temor manifestado por Luiz Otávio, que incluiu o nome do presidente do Senado, José Sarney, entre os que estariam estimulando a implantação do pólo no Maranhão.



21/02/2003

Agência Senado


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