LUIZ OTÁVIO REGISTRA PROTESTO CONTRA VALE DO RIO DOCE



Fonte de prejuízos para o estado do Pará após ter sido privatizada, a Companhia Vale do Rio Doce promoveu, em Carajás, na última segunda-feira, cerimônia de assinatura de contrato com o governo da Bolívia que contou com a presença do presidente em exercício, Marco Maciel, informou o senador Luiz Otávio (PPB-PA). Convidado pelo vice-presidente, o senador, "em sinal de protesto, negou-se a ir a Carajás". Conforme Luiz Otávio, Almir Gabriel, governador do estado, pelo mesmo motivo, recebeu o vice-presidente oficialmente, mas também não compareceu à cerimônia.Segundo o senador, a empresa deve cerca de R$ 200 milhões aos cofres estaduais, relativos ao recolhimento de ICMS sobre equipamentos importados. Além disso, através de seu diretor-executivo, Jório Dauster, a Vale alega que a verticalização da produção minerária paraense de cobre, reivindicada pelo estado, estaria inviabilizada pelo baixo preço do minério no mercado internacional, afirmou. O país, no entanto, gasta em torno de US$ 600 milhões na importação de cobre, apontou o senador.Outro argumento da Vale do Rio Doce é o de que não teria capacidade de investimento para complementar a extração de minério com atividades econômicas de beneficiamento, contestado, segundo Luiz Otávio, pelo próprio governador Almir Gabriel. Este salienta o fato de que importante fonte de recursos de investimento, o BNDES, é parceiro da empresa privatizada.O fato é que a Vale teve lucros superiores a R$ 1 bilhão em 1998, entre outras atividades, denunciou o senador, fazendo transporte de minérios através de uma empresa "pirata", sem registro no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC) - a Docevale.Em aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) disse que é inaceitável a postura de descaso com que o governo federal trata a Amazônia.IURI ZUBAKOVNa presidência dos trabalhos, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) registrou a presença, no plenário do Senado, de Iuri Zubakov, chefe do aparelho do governo da Federação da Rússia e chefe da delegação da Comissão Russo-Brasileira de Cooperação Comercial. Segundo o senador, o cargo de Zubakov corresponderia ao de ministro-chefe da Casa Civil, na estrutura do governo brasileiro.

22/04/1999

Agência Senado


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