Luiz Otávio quer participação do Brasil na reconstrução do Iraque
O governo brasileiro deve participar da reconstrução do Iraque com a exportação de serviços e produtos em troca do petróleo iraquiano, defendeu o senador Luiz Otávio (PMDB-PA). Ele sugeriu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o Brasil assuma uma posição que vá além do amparo humanitário ao país recém-saído da guerra. Na opinião do senador, o bom trânsito diplomático entre os dois países, construído historicamente e consolidado com o posicionamento do governo brasileiro contra a guerra no Iraque, favorece a entrada do Brasil no mercado iraquiano.
Contrário à invasão da coalizão anglo-americana no Iraque, Luiz Otávio, que é membro titular da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal, apresentou um quadro histórico das relações diplomáticas entre Brasil e Iraque e sugeriu ao presidente que articule junto à Organização das Nações Unidas (ONU), aos Estados Unidos e à Grã-Bretanha a participação do país na reconstrução da infra-estrutura e da economia iraquianas.
- O Brasil é o único país da América Latina com histórico de relações bilaterais especiais com o Iraque. Foi um dos maiores parceiros do país na década de 80. Afora o passado de intenso relacionamento comercial, quando o fluxo de mercadorias entre os dois países chegou a 4 bilhões de dólares ao ano, outros motivos aproximam o Brasil do Iraque - afirmou o senador.
Luiz Otávio acrescentou que no Brasil vive a segunda maior população árabe do mundo, cerca de 16 milhões de pessoas, e que, mesmo durante o embargo econômico ao Iraque, o governo brasileiro foi um dos maiores compradores de petróleo iraquiano.
O mercado iraquiano tem capacidade de absorver as mercadorias brasileiras, como peças para automóveis, óleo vegetal, café e açúcar, afirmou o senador, comprometendo-se a ajudar na articulação diplomática para -que o Brasil não fique de fora dos trabalhos de reconstrução do Iraque-.
15/07/2003
Agência Senado
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