Lula atinge 49% dos votos válidos








- Lula atinge 49% dos votos válidos

- A uma semana da eleição, o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, atingiu 49% dos votos válidos na pesquisa do Datafolha. Se obtiver 50% mais um voto, vence a disputa já no primeiro turno.

O que conta para a definição do resultado são os votos válidos, e não o total de votos. Pelas regras, os votos brancos e nulos - que no atual levantamento chegam a 3% - e as abstenções são desprezados.

Já o percentual dos eleitores indecisos, de 5%, é dividido proporcionalmente ao índice obtido pelos candidatos na intenção de voto geral. A pesquisa não registrou grande alteração nas intenções de voto.

Considerando o total de votos, Lula passou de 44% para 45%, José Serra (PSDB) se manteve com 19% e Anthony Garotinho (PSB) ficou com os mesmos 15%. Ciro Gomes (PPS) oscilou de 13% para 11%.

Cresceu o percentual de eleitores que declaram estar com o voto totalmente decidido. Passou de 69% para 73% (26% ainda admitem mudar). Eleitores de Lula são os que mais conhecem seu número (60%).

Em seguida vêm os de Garotinho e os de Ciro (ambos em 46%). Entre os eleitores de Serra, 37% sabem o seu número. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. (pág. 1 e cad. Eleições 2002)

- Embora não haja uma onda de adesões de empresários a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os nomes listados pelo partido são em maior número que em campanhas anteriores.

"Houve mudança de atitude do empresariado. Mas não é porque o PT vai ganhar. É que vão se rompendo as resistências", diz Guido Mantega, economista do partido. (pág. 1 e cad. Esp. pág. 4)
- A "Folha" publica hoje direito de resposta concedido ao governador de Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, pela Justiça Eleitoral daquele estado.

O governador considerou inverídica e ofensiva reportagem publicada pelo jornal no dia 1º de setembro.

O texto, "Elo de Zeca do PT com quadrilha é investigado", se baseava em relatório feito por promotores de Justiça.

Segundo Zeca do PT, que concorre à reeleição, o documento foi elaborado como "peça política (...) com o único objetivo de envolver a imagem do governador". (pág. 1 e cad. Esp. pág. 8)

- A especulação com a rolagem dos títulos cambiais do Governo rendeu ao mercado R$ 600 milhões no início da semana passada. Dias antes do vencimento de US$ 1,5 bilhão dessa dívida, a média do dólar estava em R$ 3,1860. No dia da quitação desses papéis, a cotação da moeda foi a R$ 3,6216.

O dólar poderá atingir novo recorde amanhã, pressionado pelo vencimento de US$ 1,2 bilhão na terça e por novas pesquisas eleitorais. (pág. 1, B1 e B4)

- A crise em torno do Iraque é realmente uma crise em torno do Iraque? A julgar pelas reações dos últimos 15 dias, a resposta está clara: não, ela tem a ver com os EUA. País mais poderoso na história do mundo, eles estão envolvidos praticamente em toda parte. No mundo real, não é possível simplesmente dizer "Deixemos os EUA fora disto". (Timothy G. Ash, escritor britânico ) (pág. 1 e A17)

- Considerando-se que o eleitorado vai se entender com a urna eletrônica, basta Lula crescer mais um ponto e Ciro cair outro para o PT ganhar no primeiro turno.

Entre Lula e Ciro, estão Serra, que se mantém à tona com água até o pescoço, e Garotinho, que não conseguiu alcançá-lo. Na hipótese de haver segundo turno, o tucano é o único candidato com possibilidade real de chegar lá contra Lula.

O fôlego de Garotinho animou a eleição em alguns momentos, mas parece ter se esgotado nos 15%. A sua grande chance foi a arrancada do Datafolha da semana passada - e ele não aproveitou bem. Parou na hora decisiva, crucial.

A própria eleição parece congelada depois de uma semana fria - ou "de estudos", como diz Mauro Paulino, do Datafolha. Lula ficou quietinho, enquanto os demais se neutralizavam um ao outro. A brincadeira, porém, acabou. É agora ou nunca.

Serra vai se concentrar em Minas, onde estão o segundo eleitorado e o candidato tucano mais forte do país, Aécio Neves. Se alguns pontinhos ainda podem migrar para Serra e para a realização do segundo turno, estão principalmente ali. (Eliane Cantanhêde) (pág. A2)


Colunistas

PAINEL

Pedro Parente (Casa Civil) entregará ao próximo presidente, logo após a eleição, uma proposta de modificação do organograma do Executivo. Exemplo: a criação do Ministério da Infra-Estrutura (Comunicações, Transportes e Minas e Energia).

  • Outra proposta a ser entregue ao futuro presidente será a do desdobramento da pasta do Esporte e do Turismo, tese elaborada pelo atual ministro, Caio Carvalho. Para ele, turismo é um fato econômico. Deveria ser criada uma secretaria específica ligada ao Desenvolvimento.

  • O comitê de Serra aposta que Lula, com chances de vencer no primeiro turno, não irá ao debate da Rede Globo, na quinta-feira. Avalia-se que o petista procura apenas um pretexto. (pág. A4)


    Editorial

    ELEIÇÃO EM SETE DIAS

    Após a redemocratização, nunca um processo de sucessão presidencial começou tão cede e proporcionou tantas reviravoltas quanto o atual. Esse longo e movimentado processo entra, a partir de amanhã, na sua semana decisiva com um candidato muito à frente dos demais. Luiz Inácio Lula da Silva ampliou, oscilando positivamente dentro da margem de erro, a sua distância sobre o segundo colocado. Com 49% das intenções de votos válidos, o petista está a um ponto e um sufrágio de converter-se em presidente da República no primeiro turno. (...) (pág. A2)


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    09/29/2002


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