Lula cumpre agenda apertada no Estado
Lula cumpre agenda apertada no Estado
Petista participa de caminhada no centro do Recife, ao lado de Arraes e Roberto Freire
Embalado pelos resultados positivos nas pesquisas, o presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, chega hoje às 15h30 ao Recife para cumprir uma agenda apertada. Às 16h ele comanda a militância numa caminhada que se estenderá da Praça Oswaldo Cruz, na Boa Vista, até o Pátio do Carmo, no bairro de Santo Antônio. Por volta das 18h30 já deve estar embarcando para Aracaju (SE). Depois de percorrer as avenidas Conde da Boa Vista e Guararapes e parte da Dantas Barreto, Lula e lideranças locais do PT discursarão num trio elétrico.
Entre os líderes de oposição em Pernambuco que devem acompanhar Lula durante a caminhada, estão previstos os presidentes nacionais do PSB, o ex-governador e deputado federal eleito Miguel Arraes, e do PPS, o senador e deputado federal eleito Roberto Freire. Representantes do PDT também participarão, além das militâncias da Frente de Esquerda, coligação que foi comandada no Estado pelo PT.
A expectativa da coordenação local da campanha petista é que o evento não ultrapasse as duas horas previstas. Isso porque, ainda hoje à noite, Lula participará de comício na capital sergipana. A manifestação será o último compromisso do presidenciável nesta viagem ao Nordeste. Além de visitar o Recife, ele realiza caminhada pelo centro de João Pessoa (PB) hoje de manhã - ontem à noite participaria de um comício em Natal (RN).
Uma semana depois de receber o presidenciável do PT, o Recife será alvo da campanha do candidato do PSDB, José Serra. Segundo informações da coordenação local da campanha, o tucano virá à capital pernambucana no início da próxima semana. "Ainda estamos definindo se a vinda ocorrerá segunda ou terça-feira", adiantou o secretário estadual de Saúde, Guilherme Robalinho, um dos coordenadores. O secretário disse também que falta acertar a programação a ser cumprida por Serra no Recife. "Estamos conversando com a coordenação nacional para finalizar a agenda".
ENCONTROS - Ontem, aliados de Serra colocaram o "bloco na rua". Durante toda a manhã lideranças políticas e comunitárias da Região Metropolitana do Recife foram recebidas pelo deputado federal reeleito Carlos Eduardo Cadoca no comitê central, no Pina. Também coordenador local da campanha, Cadoca orientou a militância a ocupar cruzamentos na Agamenon Magalhães, Caxangá, Bongi, Boa Viagem, Jaboatão e Olinda. A ordem era distribuir material promocional do tucano - adesivos, bottons, bandeiras, cartazes e panfletos.
Segundo informações da assessoria de imprensa da campanha tucana em Pernambuco, ontem também foram mantidos contatos com prefeitos, vice-prefeitos e lideranças políticas do Interior. A idéia é recuperar terreno diante da ofensiva da militância petista, que desde a semana passada vem se articulando em todo o Estado. Municípios da Mata, Agreste e Sertão estão recebendo material publicitário. Novas remessas de propaganda estarão chegando ao Recife amanhã, diretamente do comitê central, instalado em Brasília.
Garotinho e Ciro brilham no guia do PT
Candidatos derrotados pedem aos seus eleitores votos para Lula no segundo turno, dia 27
RIO - Os candidatos derrotados no primeiro turno da disputa pela Presidência da República, Anthony Garotinho (PSB) e Ciro Gomes (PPS), entraram de cabeça na campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e apareceram ontem no primeiro programa petista na TV, no horário eleitoral gratuito. Garotinho e Ciro pediram para os eleitores que votaram neles no primeiro turno, votem em Lula neste segundo turno. Mesmo recém-operada, a senadora eleita pelo Maranhão, Roseana Sarney (PFL) também apareceu no programa, na cama de um hospital, chamando o eleitor para votar em Lula.
Todos os candidatos que defendiam mudança no Brasil, agora estão juntos neste segundo turno", disse Lula, agradecendo ao apoio de Garotinho e Ciro à sua candidatura. Ele agradeceu ao apoio que recebeu no primeiro turno e disse que, com seus aliados, conseguiu uma ampla base de apoio para garantir a governabilidade em um possível governo do PT. Lula disse ainda que a maioria dos brasileiros votou pela mudança.
"Eu e o Lula queremos a mesma coisa para o Brasil. Queremos emprego, juros mais baixos. Você que votou em mim, agora eu lhe peço, pelo bem do Brasil, agora é Lula", disse Garotinho. Ciro Gomes disse que "as coisas no Brasil estão erradas" já que "Brasil está com o menor crescimento dos últimos 50 anos". Ele disse que talvez essa seja a última chance para que a "democracia tome conta dos destinos dos brasileiros" e pediu para que os eleitores votem em Lula.
Logo no início do programa, um locutor disse que Lula chegou mais forte no segundo turno e que o petista venceu todos os debates que participou no primeiro turno. Citando pesquisas, o locutor disse que Lula saiu vitorioso em todos os debates. Ele disse ainda que o petista participará no dia 25 do debate promovido pela Rede Globo.
"Lula foi o vencedor em 24 estados", disse um locutor, ao mesmo tempo em que apareciam reportagens de jornais e de emissoras de TV de todo o País, mostrando que o PT foi o partido que mais cresceu no Congresso Nacional, passando a ter a maior bancada da Câmara dos Deputados.
Serra destaca experiência
RIO - José Serra exibiu seu novo programa com um formato de entrevista, onde falou com detalhes sobre os principais pontos da sua proposta de Governo. Saúde, emprego, segurança e atenção especial para as mulheres dominaram a entrevista, que começou com Serra explicando o que é o segundo turno e falando das diferenças entre ele e o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.
"Acho que a diferença não está nas intenções nem na sinceridade. A diferença está na capacidade, experiência e possibilidade de realizar as mudanças", disse Serra. O tucano deu ênfase também à questão dos debates, defendendo a realização de vários debates nos próximos 13 dias antes da votação. "É muito importante comparar posições e propostas, comparar as falhas dos governos do PSDB e do PT na questão de segurança", disse Serra.
Serra falou ainda das diferenças da sua proposta para as do Governo FHC, afirmando que as principais mudanças serão no setor de emprego e segurança. O tucano disse que o Governo federal vai ajudar os estadosna questão da segurança, ao contrário do que acontece agora, e que todos os ministérios vão estar concentrados na geração de empregos.
"Rita Camata como vice vai representar a chegada da mulher à cúpula do poder no País, afirmou Serra, dizendo que Rita vai participar ativamente de seu possível Governo e vai defender os interesses das mulheres e da família.
No final do programa, o entrevistador perguntou ao tucano como ele se sentia, pessoalmente, ao participar das eleições. "Sinto-me especialmente sensibilizado com a eleição. Lutei muito para que o Brasil tivesse eleições livres, me custou 14 anos de exílio durante a ditadura, disse Serra, relembrando o movimento Diretas Já.
Serra quer fortalecer municípios
SÃO PAULO - Para uma platéia com cerca de 90 prefeitos, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, defendeu ontem o fortalecimento dos municípios. O tucano lembrou, em um rápido discurso, feito em cima de uma cadeira, que teve participação como constituinte no aumento dos recursos para o Fundo de Participação dos Municípios. "Tenho dito que a grande saída para o Brasil é a descentralização e o fortalecimento dos municípios", disse.
Serra recebeu ontem o apoio de 83 prefeitos de diferentes estados, a maioria do PSDB, PMDB e PFL. Além dos prefeitos da base governista, estavam dois do PL e dois do PDT. Todos assinaram documento em apoio à candidatur a do tucano. A expectativa da coordenação da campanha do PSDB esperava reunir cerca de 100 prefeitos.
Foi o seguinte o teor do documento assinado pelos prefeitos: "Nós, prefeitos de municípios de todas as regiões do Brasil, manifestamos aqui nosso apoio a José Serra.
Acima das diferenças político-partidárias, trazemos nosso testemunho de que José Serra é um homem que sempre trabalhou e trabalha com o objetivo de melhorar a vida dos brasileiros. Entre os candidatos, José Serra é o único que já trabalhou em parceria com todos os municípios. O Brasil vive um momento delicado. É preciso ir em frente.
Mudar, mas com competência, e competência é marca registrada de José Serra. Por isso, acreditamos que José Serra será o grande presidente de que o Brasil precisa".
O encontro aconteceu em uma churrascaria na zona Oeste de São Paulo e teve a presença do vice-presidente Marco Maciel, da candidata a vice na chapa de Serra, Rita Camata, dos ex-ministros Francisco Dorneles (Trabalho) e Elizeu Padilha (Transportes) e membros da coordenação da campanha.
No discurso, Serra pediu para que os prefeitos trabalhassem para a sua candidatura, "de casa em casa", e que em seu eventual Governo as coisas boas seriam mantidas. "Vamos fazer essa mobilização e nos preparar para ganhar a eleição, o trabalho daqui até o dia 27 nestas duas semanas tem que ser feito de casa em casa, em cada município de cada região do país, levando nossa palavra de mudança segura", afirmou.
Combustíveis terão aumento após eleição
BRASÍLIA - O ministro de Minas e Energia, Francisco Gomide, disse ontem que a Petrobras retomará a política de reajuste quinzenal dos preços dos combustíveis quando passar o período de alta do dólar.
Ele avalia que isso deverá ocorrer após as eleições do dia 27. Segundo Gomide, a estatal deverá fazer um retorno gradual ao antigo mecanismo de reajustes, que ele considerou uma política de fixação de preço "mais transparente".
Lembrou que a Petrobras é autorizada por lei a fazer os reajustes em prazos não inferiores a 15 dias, acrescentando que a retomada da correção dos preços não deve ser classificada de uma medida eleitoreira.
Além da alta da moeda norte-americana, pesa no ajuste de preços dos combustíveis a cotação do barril do petróleo no mercado internacional.
BC eleva os juros para conter dólar
Taxa subiu para 21% ao ano, por decisão do Copom, convocado ontem em caráter extraordinário
BRASÍLIA - Em mais uma tentativa de conter a alta do dólar, a diretoria do Banco Central se reuniu ontem em caráter de emergência e decidiu elevar os juros básicos da economia de 18% para 21% ao ano. A taxa Selic atingiu o nível mais elevado desde julho de 1999. Os juros ao consumidor devem aumentar cerca de 0,5 ponto percentual em uma taxa já elevada, varia de 4% a 12% ao mês.
A decisão foi aprovada em reunião extraordinária do Copom (Comitê de Política Monetária) convocada pelo presidente do BC, Armínio Fraga. Foi a primeira vez que o Copom se reuniu em caráter extraordinário desde que Armínio assumiu o comando da instituição, em março de 1999.
Logo após ter assumido a presidência, Armínio elevou os juros de 39% para 45% ao ano no dia 5 de março. Começou a reduzir a taxa ainda no mês de março, no dia 25, para 42%. O anúncio da reunião extraordinária, feito por volta das 11h30, surpreendeu o mercado, já que aconteceu apenas uma semana antes da reunião mensal do comitê.
Apesar do encontro de ontem, está mantido o encontro da próxima semana, nos dias 22 e 23.
"O recente aumento dos preços e a piora das expectativas de inflação, decorrente da depreciação acentuada do câmbio, levaram o Copom, em reunião extraordinária, a fixar a taxa Selic em 21% ao ano. A decisão foi por unanimidade", dizia a nota do BC que explicou o resultado da reunião.
Foi a segunda vez, em menos de uma semana, que o BC adotou medidas para demonstrar que a instituição não está imóvel diante da contínua alta do dólar. Na quarta-feira passada, Armínio dissera que havia "limites" para atuação do Banco Central.
Ele dera a entender que o BC não tinha muito mais o que fazer contra desvalorização do real, pois as dificuldades que o País enfrentava deviam-se a uma crise de confiança no futuro do País. Sem mencioná-lo diretamente, Armínio insinuou que a saída para a crise dependeria do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que precisaria tornar mais claras suas propostas econômicas.
As declarações de Armínio, dadas em entrevistaà imprensa convocada pelo próprio BC, após almoço que tivera com o presidente Fernando Henrique Cardoso e o ministro Pedro Malan (Fazenda), soaram como demonstração de impotência para o mercado, o que teria inflado ainda mais o dólar.
Com a alta dos juros básicos, o consumidor já pode se preparar para uma subida na taxa de juros cobrada pelas lojas e financeiras no varejo em geral. Executivos do setor apontam possível aumento de 0,3 a 0,5 ponto percentual ao mês nos juros cobrados pelo comércio hoje -em decorrência da elevação da taxa básica (Selic). Também deve ocorrer uma dilatação nos prazos de pagamento.
Artigos
Desmonte imediato ou sobrevida?
Leonardo Guimarães Neto
Assiste-se, hoje, no Brasil, a uma tentativa da população de livrar-se da camisa de força do modelo liberal de gestão do setor público e da sociedade e, alternativamente, a uma tentativa de construção de outra forma de convivência política e social na qual sejam varridos do País (i) a persistente estagnação da economia, (ii) a subordinação excessiva aos mercados a às suas forças cegas geradoras de instabilidade e de desemprego, (iii) o longo processo de desindustrialização e (iv) o pleno domínio da especulação e da agiotagem e dos seus impactos negativos sobre o Estado brasileiro. O que se pretende é, em outras palavras, o desmonte do velho modelo do consenso de Washington, vigente no País há mais de dez anos, e a montagem de um outro modelo no qual a geração de emprego, a expansão sustentada da economia, a existência de políticas sociais abrangentes e continuadas e a presença de um setor público ativo e capaz de consolidar políticas de desenvolvimento econômico, social e regional sejam suas características mais relevantes. E, é importante acrescentar, no qual o sistema financeiro desempenhe a função de financiar a atividade produtiva em lugar de constituir-se sócio majoritário da receita pública.
O atual processo eleitoral - em seu primeiro turno - mostrou que o desejo de mudanças profundas é uma das manifestações mais característica do eleitor brasileiro. Cerca de 77% do eleitorado, por intermédio dos seus votos nos candidatos da oposição mostraram sua rejeição ao velho modelo que foi montado por Collor de Mello, no início dos anos 90, e teve continuidade nas duas administrações de FHC. Além disso ficou evidente que o candidato da situação, para alcançar 23% dos votos válidos, foi levado a adotar uma estratégia de afastamento do Governo federal, do qual é o filho dileto. Isto obrigou a candidatura oficial a perigosas ginásticas mentais - "continuidade sem continuísmo" ou "continuísmo sem continuidade"? - de fazer inveja aos mais exímios trapezistas.
A dispersão do apoiopopular às propostas de rejeição do velho modelo em pelo menos três candidatos de oposição, possibilitou ao candidato oficial chegar ao segundo turno com uma participação de menos de 1/4 dos votos válidos. Isto implica colocar para o País a alternativa entre o desmonte imediato da superada forma de administrar o País e a sobrevida do modelo atual por mais quatro anos. O que significa dizer, nesta última opção, a convivência, por mais uma gestão, com um conjunto perverso de políticas do qual re sultou a situação extrema de desocupação de parcela relevante da força de trabalho e a deterioração da renda dos que continuam a trabalhar, além de uma inusitada vulnerabilidade da economia nacional aos humores do capital especulativo.
A superação do velho modelo que mais cedo ou mais tarde deverá ser realizada, não implica minimizar a grande importância que tem para o País a estabilidade monetária - como concordaram os principais candidatos de oposição -, conseguida a duras penas e com custos sociais muito altos. Significa sua consolidação através de formas que não transformem o Brasil em refém dos que se beneficiam com os juros mais altos do mundo e com a participação, cada vez maior, da parcela voltada para o pagamento dos serviços da dívida no orçamento público, quase igual ao total do pagamento dos funcionários públicos ou ao total dos benefícios da previdência social. Tal superação tampouco significa desequilibrar as contas publicas, mas estabelecer novas prioridades para a ação governamental e para os gastos públicos. Nestas condições, vale a pena optar pelo desmonte imediato do velho modelo, a partir do dia 27 de outubro. É mais rápida e indolor. Além disso, como assinala a expressão popular: porque deixar para amanhã o que se pode fazer hoje ?
Colunistas
DIARIO POLÍTICO - Divane Carvalho
Modelo antigo
Além de favorito no segundo turno da corrida presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sem dúvida, também tem o melhor marqueteiro. O guia eleitoral do petista, ontem, iniciando o horário gratuito no rádio e TV, deixou isso bem claro. Na televisão principalmente, onde o petista foi mostrado o tempo todo como vencedor, um recado para os eleitores indecisos e para animar a militância. Tecnicamente bem feito e criativo, o guia do PT teve Lula como apresentador e ele informou aos telespectadores que o PT cresceu no País inteiro, fazendo questão de registrar a redução das bancadas dos partidos adversários. Os novos aliados, Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB), foram exibidos como troféus e vale ressaltar que os dois estavam completamente à vontade. A bancada feminina no Congresso foi destacada por Marta Suplicy, prefeita de São Paulo, e tudo terminou no maior alto astral, ao som de um samba pra carnavalesco carioca nenhum botar defeito. Aí os eleitores de José Serra (PSDB) devem ter tomado um susto quando entrou no ar o programa do presidenciável tucano, tamanha a monotonia que tomou conta da telinha. Com aquele modelo antigo de entrevista no estúdio, tipo Jornal Nacional, só que sem a credibilidade do noticiário da Rede Globo, naturalmente. Um pingue-pongue cansativo, que mostrou mais o entrevistador do que o entrevistado. Se continuar esse contraste todo, dificilmente o candidato governista conseguirá alterar seus percentuais até o dia 27.
Os oficiais que trabalham na Assembléia não têm saída. Vão bater continência para o soldado Moisés (PL), o que seria exatamente o contrário, num quartel, porque como ele se elegeu deputado estadual, agora é uma autoridade
Almoço
Luciana Santos almoça com vereadores olindenses, amanhã, para formalizar o apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). E até Severino Barbosa, do PSC, já confirmou adesão ao presidenciável petista. Às 12h30, no Samburá.
Programação
Roberto Freire (PPS) participa da caminhada de Lula, hoje, no Centro, mas viaja no fim da tarde para assistir a posse de Armando Monteiro Neto (PMDB) na CNI, em Brasília. Jarbas Vasconcelos deve adorar essa programação de Freire.
Reforço 1
Os comitês dos candidatos do PT continuam funcionando, agora para a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva. O de Humberto Costa, na rua Visconde de Albuquerque, 297, Madalena, e o da avenida Boa Viagem, 2088, por exemplo, se transformaram em comitês centrais.
Reforço 2
O de Maurício Rands, federal eleito, virou comitê dos artistas, na rua Alfredo de Medeiros, 60, Espinheiro, e o de Pedro Eugênio é dos assistentes sociais, na avenida João de Barros, 889. Enquanto Tereza Leitão transformou o seu no comitê sindical, na rua do Príncipe, 225.
Reforço 3
As mulheres ganharam um comitê só delas no diretório regional do PT, avenida Visconde de Suassuna, 748, e o de Isaltino Nascimento, rua do Hospício 1009, virou comitê dos movimentos populares. Já o comitê jurídico está funcionando na avenida Visconde de Suassuna, 923, loja 01.
Descanso
Carlos Wilson, do PTB, se programou para passar uns dias em Porto de Galinhas, descansando da campanha e se recuperando da derrota para o Senado, mas não conseguiu. Foi chamado a Brasília logo após a eleição, por José Dirceu (PT), e não parou mais: "Descanso agora só depois da vitória de Lula".
Dono 1
Além dos kombeiros, que mandam e desmandam na cidade, o Recife ganhou mais um dono: o senador eleito Sérgio Guerra (PSDB), que se apossou do primeiro jardim de Boa Viagem, onde instalou seu comitê, desde a campanha eleitoral.
Dono 2
Para passar em frente ao jardim, a população tem que pedir licença a Guerra ou enfrentar o maior engarrafamento, como aconteceu domingo, mais uma vez, e com total apoio do BPTran. Que estava lá e não fez nada para impedir o absurdo.
Editorial
MUDANÇA E MEDO
O resultado da eleição presidencial no primeiro turno e as duas primeiras pesquisas para o segundo turno certificam um desejo claro da população brasileira: mudança. Com efeito, com 46% dos votos no primeiro turno e com 58% e 60% nas pesquisas Datafolha e Vox Populi anunciadas este fim de semana, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva representa a aspiração de mudar do povo brasileiro.
Esse sonho por parte das pessoas de ver as coisas se modificarem tem um fundamento que é transparente: o governo do PSDB do sr. Fernando Henrique Cardoso descuidou das políticas sociais. Não formulou uma política habitacional que contribuísse para reduzir o déficit de habitações, nem articulou um programa coordenado abrangendo recursos públicos e privados para gerar investimentos que criassem emprego e elevassem a renda.
Por outro lado, é evidente que Lula é maior do que o PT. O movimento político e social que dá suporte à sua candidatura e pretende dar base parlamentar a seu governo reflete a tônica de que é preciso acentuar iniciativas capazes de melhorar a situação dos setores mais pobres da sociedade.
Mudar é preciso. É inaceitável continuar mantendo o Brasil como vice-campeão de má distribuição de renda entre os países do Mundo. Mas até que ponto o povo tem medo de mudança? Até que medida o eleitorado está disposto a bancar a aposta por um governo com idéias novas?
Pelos números da eleição no primeiro turno e das pesquisas para o segundo turno, parece que a sociedade brasileira vai superar o medo da mudança. Porque quer e necessita socialmente de uma política diferente da que vem sendo executada pelo grupo tucano do presidente FHC.
Alguns polemistas do debate eleitoral têm procurando induzir o medo. Estão semeando o temor à mudança. E o argumento é que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva não teria experiência administrativa para governar o País. Esse argumento parece falso se considerados dois fatos: o primeiro é a capacidade política longamente demonstrada pelo lider Luiz Inácio Lula da Silva, tanto na vida sindical, quanto na vivência partidária. Ele se mostrou uma vocação natural para dirigir. E apresentou uma liderança legítima para assumir compromissos depois de mais de trinta anos como membro e presidente de honra de um dos maiores partidos políticos do Brasil. Só um verdadeiro lider conseguiria, como ele, exercer a posição de aglutinador e gestor político como ele vem exercendo.
O segundo fato é que o presidente da República não governa só. O desempenho da Presidência da República e nvolve um grande aparato de ministérios, empresas, especialistas e assessores que apoiam a análise, a avaliação e a decisão do presidente. Esse apoio ao presidente se dá por meio de estudos, pesquisas e opções de políticas públicas que são oferecidas à consideração presidencial. O presidente não decide sozinho. As escolhas de políticas governamentais a serem adotadas por um Governo são baseadas em estudos e documentos produzidos pelas assessorias. E mais importante do que o respaldo técnico que se lhe oferece, é o senso político do presidente, é a sensibilidade política de quem governa, é a percepção social do gestor público. É essa condução política que faz a mudança.
Mudança tem origem e destino. Sua origem está na necessidade que as pessoas sentem de modificar as condições em que vivem. Seu destino está na confiança que o eleitorado deposita em quem se supõe capaz de modificar a situação atual. É um processo de construção democrática que renova esperanças. E que exige coragem por parte de quem quer mudança e de quem a patrocina.
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10/15/2002
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