Lula promete reduzir pobreza do País









Lula promete reduzir pobreza do País
Programa petista defende a presença ativa do Estado para garantir a inclusão social

BRASÍLIA - "Não é difícil avaliar o sucesso ou fracasso de um governo. Basta olhar para os salários e a renda do povo; ver se os índices de desemprego e desigualdade diminuíram; e se a educação ficou de melhor qualidade. Governo bom é o que conduz o País ao crescimento." Esse é um trecho da mensagem que o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, escreveu no programa de governo de seu partido, lançado ontem, em Brasília. O petista promete, "com os pés no chão e os olhos no futuro", mudar as relações sociais no País, implantando políticas que visam à inclusão social e à redução da desigualdade.

O programa do PT elege "o social como eixo de desenvolvimento" e prega um esforço conjunto do Estado e da sociedade para a retomada do crescimento econômico. Logo na introdução do programa, o partido salienta a necessidade de tomar medidas que garantam a redução da dependência externa do Brasil e o reequilíbrio de forças entre União, Estados e municípios.

O PT defende no programa a "desprivatização do Estado". Para o partido, a exclusão social só pode ser vencida com a presença ativa e a ação reguladora do Estado sobre o mercado. O controle do Estado, segundo o PT, deve ser feito pela população. O partido cita como exemplo de êxito o orçamento participativo, que será estendido para a União.

"Somente um novo pacto federativo poderá corrigir as históricas desigualdades regionais, agravadas nos últimos oito anos, quando a União descentralizou atribuições e encargos administrativos para Estados e municípios, ao mesmo tempo em que concentrou recursos em Brasília", alerta o programa.

São enumerados cinco princípios básicos no programa de desenvolvimento do partido: política tributária justa; pleno cumprimento do orçamento federal; novos critérios de financiamento compatíveis com o modelo de desenvolvimento que buscará a integração equilibrada do país; respeito à diversidade e às especificidades regionais e locais nas suas dimensões econômica, social, política, ambiental e cultural; reconstituição de agências regionais encarregadas de aplicar políticas de desenvolvimento.


Ciro espera pelo PPB
BRASÍLIA e RIO - O trabalho do governo para tentar conter a debandada de antigos aliados para a campanha do candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, começa a surtir efeito. Após uma reunião com a bancada federal e estadual, o PPB de Minas adiou sua decisão sobre qual candidato apoiar na disputa pela Presidência. E, para surpresa do comando da campanha de Ciro, o líder do partido na Câmara, Odelmo Leão (PPB-MG), defendeu o apoio à candidatura do tucano José Serra.

Os coordenadores da campanha da Frente Trabalhista estavam contando com Odelmo como anfitrião de um jantar para Ciro hoje, na viagem do candidato ao Estado. Mas Odelmo alega que, por questão de ética, ficará ao lado do governo. "Depois de oito anos como aliado de Fernando Henrique, tenho, por coerência e ética, que apoiar Serra para a Presidência", disse ele, uma semana depois de afirmar que não tinha qualquer compromisso com a candidatura de Serra.

Dividido, o PPB de Minas decidiu consultar suas bases antes de fazer sua opção.

Cotado inclusive para assumir a coordenação da campanha de Ciro no Triângulo Mineiro, Odelmo esteve hoje ao lado do candidato do PSDB ao governo de Minas, Aécio Neves, em Brasília. Os dois levaram representantes do setor de cafeeiro para uma reunião com Fernando Henrique. Segundo Odelmo, os cafeicultores fizeram reivindicações ao presidente.

Mas no Rio, Ciro ganhou o apoio do prefeito de Caxias, José Camilo Zito. Antes filiado ao PSDB, Zito pretende organizar uma atividade de campanha para Ciro no Rio para a declaração de seu apoio.

O candidato da Frente Trabalhista afirmou que o apoio que tem recebido de diferentes correntes políticas, como o PFL de Antonio Carlos Magalhães e Jorge Bornhausen, tem como objetivo garantir uma ampla base de apoio no Congresso, caso vença as eleições.
Porém, segundo disse, as adesões não estão condicionadas a cargos em seu governo.

"Não tenho compromisso de cargo com ninguém. Cargo público para mim não é lugar de acomodação política, é ferramenta para por em prática as propostas. CiroGomes voltou a rejeitar comparações com o ex-presidente Fernando Collor." Isso é forçar a barra, coisa de quem não tem nada para dizer e se aconselha no desespero. Erra, e erra grave, quem pensa que o povo é bobo e usa o argumento da desqualificação e da tentativa de lançar suspeitas sem fundamento sobre os adversários", disse Ciro.


PSB reduz equipe por falta de dinheiro
Garotinho diz que espera melhorar as finanças de sua campanha com a venda de bônus

RIO - O candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, disse ontem que houve cortes em sua equipe de comunicação social por causa de problemas financeiros da campanha. Além do assessor de Imprensa, Paulo Fona, os publicitários Elysio Pires, Marcelo Brandão e Nei Azambuja, responsáveis pelos programas de TV e rádio, também deixarão a equipe.

"Tenho dito que a nossa campanha não conta com o dinheiro dos banqueiros.

Diferentemente de todos os candidatos, nós não queremos esse apoio. Estamos fazendo uma readequação para o início do horário eleitoral, isso é normal", disse.

Garotinho afirmou que pretende começar a arrecadar os bônus de R$1 no Brasil inteiro.

Apesar de dizer que a arrecadação está sendo um sucesso no Rio de Janeiro, o candidato não soube informar, porém, o quanto foi recolhido até agora. O ex-governador também se mostrou otimista em relação aos números da última pesquisa eleitoral, em que aparece com 10% dos votos.

"A variação foi de um ponto percentual apenas. Está tudo correndo conformeo previsto. Eu estarei no segundo turno", reiterou.

IRAJÁ - O candidato do PSDB, José Serra, disse ontem, depois de visitar um conjunto habitacional em Irajá, na zona Norte do Rio, que as propostas apresentadas por seus adversários na campanha eleitoral para o aumento do salário-mínimo são irreais e eleitoreiras. Serra disse que fará uma melhora gradual do salário-mínimo, reativando o crescimento da economia e diminuindo a informalidade no trabalho, para aumentar a arrecadação na Previdência.

Eleo disse que pretende construir 6 milhões de moradias em quatro anos. Segundo Serra, com a proposta, seriam construídas 800 mil casas em quatro anos a mais do que durante o governo FHC. O senador disse que o presidente Fernando Henrique construiu cerca de 1,3 milhão de casas por ano. A meta do candidato é construir 1,5 milhão de residências por ano.

Serra disse que pretende duplicar o volume de recursos do FGTS destinados ao financiamento da compra de material de construção com carta de crédito Segundo ele, nos últimos anos, o fundo investiu R$ 2 bilhões. "Vim aqui ver a realidade dos conjuntos habitacionais. O Brasil tem um déficit grande de moradia, mas precisamos financiar também não apenas a moradia nova, mas a recuperação dos conjuntos habitacionais", afirmou Serra.

O senador considerou fundamental também o financiamento da compra de material de construção. Segundo ele, 70% das vendas de material de construção são feitas em lojas para pessoas que estão construindo ou reformando as próprias casas. O candidato tucano prometeu também, se eleito, editar uma lei federal que ajude a regularizar as residências. No Rio de Janeiro, de cada três casas, uma está irregular, citou Serra.


SUS ampliará distribuição de remédios caros
Os fabricantes de medicamentos de alto custo para tratamento de doenças crô nicas e raras vão se beneficiar de uma portaria assinada ontem pelo ministro da Saúde, Barjas Negri. Ela permite a ampliação de 49 para 87 o número de drogas excepcionais distribuídas pelo SUS. A medida também triplica o número de pacientes beneficiados, que foi de 109,4 mil de 70 tipos de doenças, em 2001, para 384 mil vítimas de 86 moléstias crônicas. A partir de setembro, os novos medicamentos estarão à disposição do público nos postos do SUS.


TRE controla barulho
Depois de acertar parceria com a Polícia Militar de Pernambuco para combater irregularidades de propaganda eleitoral em táxis e ônibus, o TRE-PE anunciou ontem que os carros de som estão na mira da fiscalização. O juiz coordenador da propaganda eleitoral, Fernando Martins, afirmou que o uso de veículos equipados com alto-falantes para campanha será ordenada como manda a resolução 2988 - trata dos abusos da prática. "Vamos solicitar à PMPE que oriente os cabos eleitorais para que moderem o som em locais e horários inadequados".

Segundo ele, o eleitor pode reclamar à PM (fone 190), caso se sinta incomodado. "Claro que em comícios e aglomerações em locais onde comumente ocorrem eventos do gênero a alta potência será tolerada. Entretanto, em áreas residenciais os carros não podem ficar estacionados importunando moradores e transeuntes". Caso as orientações não sejam seguidas, os veículos serão apreendidos e os candidatos contratantes dos serviços denunciados ao Ministério Público.

Ontem, a coordenadoria depropaganda determinou que o PSB deve pintar o muro da casa localizada na esquina da Rua São Francisco com a Avenida Copacabana, em Piedade (Jaboatão). A parede foi pichada indevidamente pelo candidato a deputado estadual do PSB João Fernando Coutinho. "A denúncia foi feita pela própria proprietária da casa (Maria de Fátima Costa). Ela disse que insistiu para que o muro não fosse pichado, mas foi desrespeitada", afirmou o juiz. Segundo Martins, caso a determinação não seja cumprida até hoje, o candidato será denunciado ao MP.

Também ontem a comissão especial de desembargadores decidiu arquivar representação contra o vereador Jorge Chacrinha (PSL), candidato a deputado estadual. A decisão seguiu parecer do MP, que foi favorável ao uso da imagem do governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) em propagandas do vereador veiculadas em jornal.


Jarbas diz que deve continuar no cargo
Governador havia decidido se licenciar para concorrer à reeleição, mas sofre pressão para ficar

GRAVATÁ - Ao contrário do que havia anunciado, o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) não deve mais se licenciar do cargo para disputar a reeleição. Ontem, após inspecionar o túnel da BR-232 em Gravatá, ele admitiu claramente que pode ser candidato no exercício do Governo. "Pode ser. Tem muita gente pedindo para eu não me afastar. Uma corrente grande, enorme e eu estou analisando", declarou. O governador disse que essa corrente tem utilizado um argumento "bastante racional", lembrando que é "bastante racional e objetivo" nas suas decisões.

"Essa corrente tem me chamado a atenção de que, quando Roberto Magalhães se afastou da Prefeitura do Recife há dois anos atrás, a oposição e a Imprensa denunciaram constantemente que ele estava mandando na PCR de fora para dentro. Então, vou ter que analisar se vou ter problemas como esse", observou. Nos bastidores da aliança, sobretudo dentro do PFL, comenta-se que o motivo real do presumível recuo do governador é impedir que o Governo seja entregue ao PFL. O clima entreJarbas e o PFL não andaria muito bem, segundo deputados do partido.

Se Jarbas saísse, quem assumiria o seu lugar seria o vice-governador Mendonça Filho (PFL). Embora alguns setores do governo digam que Mendonça fica inelegível se assumir, o próprio vice já declarou que não há problema nenhum neste sentido. Segundo o DIARIO apurou, setores do PMDB mais próximos desejam que ele fique no Governo. Até setores do PMDB, PSDB e do PPB que não são tão ligados a Jarbas, mas estão distantes do PFL também querem o mesmo. Isto porque, de acordo com o raciocínio deles, ruim com Jarbas, mas pior sem ele, pois o PFL tem tecnologia de poder e não brinca em serviço.

Há uma convicção geral de que, se o PFL assumir o comando do Estado durante a campanha eleitoral, vai beneficiar apenas o partido, passando por cima dos demais aliados. Mas para líder do Governo na Assembléia Legislativa, Tereza Duere (PFL), integrante do grupo Mendonça, essa apreensão "é inócua", porque quem substituiria o governador seria o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Napoleão Tavares.

De acordo com a deputada, a maior prova de que Mendonça Filho não assumiria foi dada recentemente, quando o governador fez uma viagem e o desembargador Napoleão Tavares ficou à frente do Palácio do Campo das Princesas por aproximadamente uma semana. "Eu tenho certeza de que Mendonça Filho não assumiu porque ele e o governador acharam melhor assim. O governador é muito transparente nas suas coisas e, se ele resolver ficar no Governo, será pelos motivos que ele falou", enfatizou Tereza Duere.

Desde o último dia 6, os governadores-candidatos estão proibidos de inaugurar obras.

Jarbas já classificou a legislação eleitoral de "ridícula" porque permite que ele dispute a reeleição no cargo, mas o proíbe de inaugurar obras. Na mesma época em que disse isso, o governador também afirmou que poderia, mas não iria burlar a lei, optando por se afastar do cargo.

Entretanto, o fato de ele ter ido inspecionar o túnel da BR-232 ontem e da sua assessoria ter chamado a Imprensa foi considerado por observadores políticos como artifício para manter-se na mídia mostrando suas realizações como governador.


Artigos

O crescimento de Ciro
Abelardo Baltar da Rocha

Serra, sem sombra dúvida, é, entre todos os candidatos, o mais preparado intelectualmente. Entretanto, sofre na pele os enormes desgastes oriundos da gestão FHC. Até que sua candidatura não é colocada como uma mera continuação dessa gestão, mas sua imagem está bastante ligada à do Presidente. Lula, que vem liderando as pesquisas desde o início da atual processo sucessório, assusta o "mercado" e, também, grande parte da população. Mesmo maquilado de "bom moço" continua fazendo medo, não pelo que atualmente diz, mas pelo que já disse, e, também, pelo que já disse o seu partido até pouco tempo atrás. Aliás, pelo que ainda pensa hoje parte significativa do PT. Já Garotinho se isolou, tornando-se, na prática, o candidato de algumas atuantes seitas religiosas e de parcelas significativas dos eleitores cariocas. Não tem mais fôlego para se expandir. Sobraram, desse modo, todas as vantagens para Ciro Gomes. Vantagens que vêm sendo muito bem administrada por ele. E, por isso mesmo tem crescido muito nas pesquisas, ultimamente, superando Serra e marchando célere para o segundo turno. Num possível turno final, já se encontra empatado tecnicamente com Lula, de acordo com as inúmeras simulações realizadas pelos institutos de pesquisa.

Ciro faz oposição forte ao governo FHC, criticando, sobretudo, sua política econômica. Discorda, principalmente, da forma como vem ocorrendo a inserção da economia brasileira no contexto da economia mundial. Uma inserção que seria muito desvantajosa para grande maioria da população do País. O candidato da Frente Trabalhista se coloca numa posição nitidamente anti-Malan, posição, de certo modo, parecida com a de Serra. Entretanto o que diz todos tendem a acreditar, ao contrário do que ocorre com o candidato do Governo FHC, exatamente por ser o candidato de um governo desgastado. Por sua vez, Ciro, diferentemente de Lula, não assusta o "mercado", pois no seu passado nunca pregou moratória da dívida externa ou algo parecido. Alémdo mais, os partidos que o apóiam têm h istórias bem mais moderadas do que a do PT, o que deixa os agentes econômicos relativamente tranqüilos diante da sua recente ascenção. O próprio PCB, de onde se originou o PPS, sempre foi bem mais contido do que o PT nesses últimos tempos. Sempre teve uma cultura bem mais conciliatória.

A ascensão de Ciro tem, assim, razões essencialmente políticas. Não pode ser atribuída à sua mocidade e ao seu brilhantismo ou a um suposto carisma excepcional. Não pode ser atribuída a companhia, e presença quase permanente, da indiscutivelmente bela e realmente carismática Patrícia Pilar. Isso tudo vem influindo a seu favor, entretanto representa apenas o "molho", não sendo o essencial. O essencial é, basicamente, o fato de ser oposição e não assustar o "mercado" e nem grandes parcelas do "povão". E por falar em "povão" existem 30 a 40% da população brasileira que se encontra em situação tão ruim que nada têm a perder. Mas os outros 60% têm o que perder, não querendo que isso aqui "setorne uma nova Argentina". Ora, a candidatura de Lula assusta esse pessoal, pois na fantasia deles, no seu imaginário, acham que se o candidato do PT ganhar a eleição o País entrará num caos econômico permanente. Aí é que reside a dificuldade do candidato Lula: se fica manso e conciliador demais iguala-se aos outros candidatos, perdendo parte de sua identidade, de seu "charme". Por outro lado, se radicalizar muito, prometendo confronto duro com os que fustigam a economia brasileira, faz medo, não só ao "mercado", mas também a grandes parcelas da população do País. É disso, exatamente, que Ciro vem se aproveitando, pois pode falar o que quiser sem causar maiores traumas. Além disso, conseguiu estabelecer um leque de alianças muito amplas, "ideologicamente", o que facilita bastante a sua movimentação eleitoral.


Colunistas

DIARIO POLÍTICO - Divane Carvalho

Antecipação de tendências
Cada eleição é uma eleição, costumam dizer os estrategistas políticos no sentido de que todas são diferentes. A singularidade da corrida presidencial desse ano pode ser a antecipação de tendências que, em outros pleitos, ficavam mais nítidas quando os candidatos chegavam ao palanque eletrônico. Mesmo que todos os presidenciáveis se queixem do tempo de duração das campanhas, considerado longo demais, desta vez eles aceleraram a disputa em junho, mais ainda em julho e quando agosto chegar será difícil reverter o quadro que está aí. Isso fica claro na nova pesquisa Vox Populi, que confirma Ciro Gomes (PPS) sozinho no segundo lugar, depois de crescer três pontos percentuais, enquanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) permanece na liderança com 35%, um ponto percentual a mais do que tinha na pesquisa anterior. José Serra (PSDB) caiu de novo, de 16% para 14%, e Anthony Garotinho (PSB) ficou no mesmo lugar pois tinha 11% e agora tem 10%. Como o crescimento de Ciro Gomes não pode ser mais creditado aos programas de TVda Frente Trabalhista, onde apareceu bastante, seus adversários já estão em ritmo de gravação para o guia eleitoral, pois acreditam que, na televisão, poderão conter a tendência favorável ao pós-comunista. O que não será tão fácil como imaginam os marqueteiros. Os números mostram que ela vem resistindo até mesmo à estratégia do candidato governista José Serra (PSDB), de comparar, insistentemente, Ciro Gomes ao ex-presidente da República Fernando Collor na esperança de vê-lo despencar nas pesquisas.

Os xiitas de Jarbas Vasconcelos estão em festa. Comemorando a decisão do governador de disputar a reeleição sem se afastar do Palácio do Campo das Princesas, pois nunca aceitaram a idéia de Mendonça Filho assumir o Governo.
Nem por pouco tempo
Equipe
Anthony Garotinho (PSB) perdeu o assessor de Imprensa, Paulo Fona, e deve perder também os publicitários Elysio Pires, Marcelo Brandão e Nei Azambuja, responsáveis pelos programas de rádio e TV. Falta dinheiro na campanha.

Remédios
José Serra (PSDB) detesta ser chamado de hipocondríaco. Mas o candidato tucano a presidente tem uma bolsa cheia de remédios, do mais simples analgésico aos mais sofisticados complexos vitamínicos, que ele toma o dia inteiro. Apesar de cumprir tantos compromissos de campanha.

Ideário 1
Ivaldevan Calheiros enviou uma carta ao presidente do PPS, Elias Gomes, solicitando seu afastamento do Conselho de Ética do Diretório Estadual do PPS e da Presidência da Comissão Provisória de Olinda.

Ideário 2
Ele diz que o PPS representava "meu ideário mas as últimas decisões do partido não correspondem aos meus anseios políticos e estão levando o PPS para as hostes dos 'anões' e das oligarquias mais retrógradas".

Ideário 3
Afirma que talvez não esteja ao seu alcance o entendimento da profundidade das decisões tomadas, admite que não consegue ser pragmático porque é idealista e diz que a ambigüidade tomou conta dos partidos de esquerda.

Ideário 4
Por fim, Calheiros justifica seu afastamento do partido dizendo que não consegue acompanhar as diretrizes do PPS: "É uma posição pessoal e de coerência com os princípios que apreendi durante minha militância política".

Vaga
Rui Lins de Albuquerque pediu aposentadoria do cargo de conselheiro do TCE. Se a Assembléia Legislativa indicar Tereza Duere, do PFL (foto), para a vaga logo após o recesso, a deputada não precisará disputar um novo mandato.

Mercado
O programa de governo que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou na Câmara dos Deputados, ontem, não prevê a ruptura com o atual modelo econômico. Como foi defendido no Encontro Nacional do PT realizado no final do ano passado,em Olinda.

Para acalmar o mercado financeiro.

Comitê
Eduardo Campos, do PSB (foto), inaugura seu comitê eleitoral amanhã, onde vai funcionar o bar Espaço Nota 10. O escritório político do deputado, candidato à reeleição, fica na rua Neto Campelo, 80, Torre. Atrás da Padaria Nova Armada.


Editorial

SANTO DE PAU OCO

Há mais de cinco anos, Alan Greespan vem alertando para a supervalorização das ações em bolsa nos Estados Unidos. As cotações, segundo o presidente do banco central americano, não correspondem ao valor patrimonial das empresas. São bolhas, fruto de especulação.

Os maiores beneficiários do artificialismo são, de um lado, os grandes aplicadores. De outro, os administradores dos conglomerados gigantes. Eles, pela natureza do cargo, têm acesso a informações privilegiadas de que se beneficiam. Esse comportamento constitui praxe no mundo capitalista.

A novidade no estouro da bolha - iniciada pela Enron e seguida pela Xerox e WorldCom - é a manipulação dos balanços. Antes, a manipulação visava à elisão fiscal - recurso legal para pagar menos imposto. Agora, ganhou nova face. A gestão empresarial moderna supervaloriza os grandes executivos que, ao lado dos elevados e nem sempre justificados salários, recebem bônus (prêmios proporcionais aos ganhos registrados).

Declarar lucros fictícios tornou-se tentação quase irresistível.

A descoberta da prática provocou terremotos. Estendeu nuvem de suspeição sobre os negócios em bolsa, indispensáveis à capitalização das empresas. Provocou brutal perda do valor patrimonial das reservas dos fundos de pensão e da poupança popular, que afeta a vida de milhões de cidadãos. Pôs em dúvida a capacidade de auto-regulação do mercado, que impõe ações de fiscalização e de auditoria mais rigorosas, capazes de convencer a sociedade de que no faroeste há xerife.

A corrupção, que tanto espanta o Primeiro Mundo como chaga social e política das nações menos desenvolvidas, mostra-se presente, de forma assustadora, onde antes só se vislumbrava a competência e a eficiência do capitalismo. Os fatos registrados, que abalaram a fé no livre mercado, constituem forte motivação para que os países, Brasil incluído, modifiquem a legislação de controle das atividades empresariais representadas nos balanços e nos vínculos fiscais que todos mantêm com o Tesouro.

O mercado tem de voltar à realidade. As cotações das empresas precisam refletir os valores reais. A remuneração dos executivos deve fixar-se em patamares razoáveis. Urge mudar os mecanismos legais e administrativos de controle contábil, hoje muito vulneráveis. O mercado, deus do neoliberalismo, provou ser santo do pau oco.


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07/24/2002


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