Luta pela independência de Cuba é lembrada em homenagem a José Martí



Com a presença do presidente da Assembléia do Poder Popular de Cuba, deputadoRicardo Alarcón de Quesada, o Congresso Nacional homenageou nesta terça-feira (1º) o líder da independência cubana, José Martí. A luta de Cuba pela independência, desde o domínio espanhol até os dias de hoje, foi o tema predominante da sessão solene aberta pelo senador Garibaldi Alves, que preside a Mesa do Congresso.

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Entre os representantes diplomáticos, deputados e senadores que participaram da homenagem aos 155 anos de nascimento de José Martí, estava o embaixador de Cuba, Pedro Núñez Mosquera. O herói cubano, que nasceu em 28 de janeiro de 1853 e foi morto por tropas espanholas aos 42 anos, viveu como exilado nos Estados Unidos, onde escreveu sobre a ameaça para toda a América Latina representada pela expansão do poder norte-americano.

O aspecto latino-americano e antiimperialista da luta de José Martí foi ressaltado pelos senadores José Nery (PSOL-PA), João Pedro (PT-AM), Inácio Arruda (PCdoB-CE) e Eduardo Suplicy (PT-SP), que assinaram, com a deputada federal Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), o requerimento para a sessão de homenagem.

Eduardo Suplicy voltou a defender o fim do bloqueio econômico dos Estados Unidos a Cuba e a derrubada do muro, construída pelo governo Bush, que separa os Estados Unidos do México e de toda a América Latina. Suplicy disse que só o fim do bloqueio possibilitará que as empresas norte-americanas possam investir em Cuba como já o fazem empresas do Canadá e de países da Europa, da Ásia e da América Latina.

Já o presidente Garibaldi Alves destacou o caráter anti-colonialista da luta do herói cubano, na época em que os países da América Latina buscavam a independência em relação a Espanha e a Portugal.

- Martí ofereceu a sua vida à causa da independência. Seu ideal humanista continua servindo de exemplo e inspiração a todas as nações latino-americanas - disse Garibaldi.

O presidente destacou ainda o desenvolvimento de Cuba nos setores de educação e saúde e a colaboração que os cubanos prestam nessas áreas ao Brasil. Segundo Garibaldi, essa colaboração ocorre tanto do ponto de vista teórico como do ponto de vista prático, pelo envio, ao Brasil, de profissionais cubanos competentes e dedicados.

- O Brasil pode contribuir em áreas importantes para Cuba, por meio de cooperação técnica e investimentos em infra-estrutura - disse o senador.

A proximidade e a identificação cultural entre Cuba e os outros países da América Latina, segundo Garibaldi, já havia sido percebida por José Martí. O parlamentar disse que o desafio atual das Nações da região é concretizar a união latino-americana em termos econômicos e políticos.

- Por isso ele falava das Nações de Nuestra América - declarou Garibaldi.

O senador João Pedro (PT-AM) afirmou que o texto de José Martí de maior impacto político foi Nuestra América, publicado em 30 de janeiro de 1891. De acordo com o parlamentar, esse texto "sintetiza o ideário latino-americano cujo antecedente se encontra em Cartas da Jamaica, de Simon Bolívar, escrito em 1815".

O representante do PT avaliou que José Martí, com sua produção literária - 507 poemas, além de dramas, artigos, cartas e textos políticos e filosóficos -, foi o escritor mais lido da América Latina em sua época. Segundo João Pedro, o legado martiniano inclui a letra da popular canção cubana Guantanamera, retirada de Versos sencillos, de José Martí.

José Nery, assim como outros senadores e deputados, lembrou aspectos da biografia de Martí e "suas relações com os desafios latino-americanos de hoje, de luta contra a pobreza, pela justiça social e pela independência política, econômica e cultural".

- Martí foi um lutador incansável pela independência de Cuba, mas representou muito mais do que isso: suas idéias constituem verdadeiro legado para as gerações que o sucederam na luta por ideais de justiça, liberdade e autodeterminação dos povos - disse José Nery.

Inácio Arruda citou o Manifesto de Montecristi, texto de José Martí escrito em 25 de março de 1895, em que o autor "expunha com clareza as metas gerais da almejada revolução nacional".

Também compareceram à homenagem o ministro do Esporte, Orlando Silva, e os atletas brasileiros Fernanda Venturini, Bernard Rajzman e Marcelo Ferreira. Eles vieram ao Senado defender a realização das Olimpíadas de 2016 na cidade do Rio de Janeiro.



01/07/2008

Agência Senado


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